Presidente do BCE, Christine Lagarde, defende criação de união de mercados de capital na Europa em discurso no Congresso Bancário Europeu.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, fez um discurso nesta sexta-feira, 17, no Congresso Bancário Europeu, em Frankfurt, Alemanha, no qual defendeu a criação de uma “verdadeira” união de mercados de capital (CMU, na sigla em inglês) na Europa. De acordo com Lagarde, essa estratégia é crucial para lidar com os desafios que estão por vir, em um contexto global de mudanças, incluindo o recuo na globalização, mudanças demográficas e a busca pela redução das emissões de carbono.

Lagarde destacou que a criação de uma união de mercados de capital é indispensável por duas razões. A primeira delas é que, conforme exemplos históricos, as condições para o desenvolvimento dos mercados de capital na Europa ainda não estão satisfeitas, devido à falta de um projeto unificador. Além disso, ela considera que a região tem dependido muito de “uma abordagem de baixo para cima” na integração, o que não tem sido suficiente para alcançar os objetivos propostos.

A presidente do BCE alertou para o fato de que a economia global está se fragmentando em blocos concorrentes, e salientou a importância de lidar com desafios como envelhecimento populacional e desastres climáticos. Ela enfatizou que será necessário um esforço geracional e investimento massivo em um curto espaço de tempo para enfrentar todos esses desafios.

Lagarde também ressaltou a necessidade de reavaliar cadeias de produção e investir em novas, mais seguras e eficientes, além de buscar tecnologias para produzir mais com menos pessoal, citando a digitalização como uma aliada nesse processo. Ela mencionou que, de acordo com estimativas da Comissão Europeia, apenas a transição verde exigirá um investimento adicional de 620 bilhões de euros por ano até 2030, além de mais 125 bilhões de euros por ano para a transição digital.

A presidente do BCE afirmou que o mercado de capitais da Europa segue fragmentado e que os mercados de bônus são três vezes menores do que os dos Estados Unidos. Ela ainda ressaltou a importância do financiamento para digitalização e redução de emissões de carbono, e como uma CMU “genuína” poderia impulsionar o mercado de securitização e facilitar o financiamento de qualidade para empresas que impulsionam a inovação.

Em resumo, Lagarde deixou claro em seu discurso a importância da união de mercados de capital na Europa para enfrentar os desafios futuros e impulsionar a economia da região. Suas palavras refletem a necessidade de uma abordagem mais integrada e de investimentos massivos para garantir o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade da Europa.

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