Segundo o Inmet, o volume de chuvas em um dia poderá ultrapassar 100 milímetros, intensificando assim a previsão das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, que tem causado a intensificação dos extremos climáticos e hidrometeorológicos. O climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, afirma que a frequência e a intensidade dos fenômenos naturais estão aumentando, apontando para uma mudança climática decorrente das ações humanas sobre o planeta.
Nobre explica que no ano passado a temperatura teve um aumento médio de 1,15 graus Celsius e para este ano, estudos indicam uma elevação de 1,4 graus Celsius. Ele ressalta que desde os primeiros registros de civilizações, há cinco mil anos, o planeta nunca esteve tão quente, sendo necessário voltar 125 mil anos para encontrar uma temperatura similar. O aquecimento global está induzindo fenômenos climáticos mais fortes, mais frequentes e de maior duração, como recordes de ondas de calor no verão da Antártica.
O especialista alerta que tanto a saúde humana quanto as espécies dos biomas são afetadas por temperaturas acima de 21 graus Celsius por muitos dias, e acima de 40 graus Celsius. Além disso, o aumento de queimadas, seja pela seca intensificada ou pelo homem, fortalece o ciclo destrutivo. Para amenizar esses problemas, é necessário atender aos objetivos do Acordo de Paris, com a redução das emissões dos gases do efeito estufa em 50% até 2030.
Segundo Nobre, a queima de combustíveis fósseis é a principal causa das emissões de gases do efeito estufa no mundo, representando 70% do problema global, enquanto no Brasil, 75% das emissões até 2022 foram causadas pelo desmatamento, 50% foram efeitos da agricultura e 25% da pecuária. Ele ressalta que o maior desafio da humanidade é o de lidar com o aquecimento global, sendo necessário atender aos objetivos do Acordo de Paris e também se adaptar às mudanças climáticas.