A alta do preço da commodity coincide com o enfraquecimento do dólar no exterior e especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deve considerar cortes adicionais na oferta a partir da próxima reunião do cartel. A expectativa é motivada pela preocupação com a demanda e um possível excedente para o próximo ano.
A análise da Capital Economics aponta que, apesar da guerra em Israel e da preocupação com a demanda, o mercado petrolífero parece estar mais abastecido do que se esperava. Além disso, o fato dos preços do Brent permanecerem abaixo de US$ 80 deve forçar não só Arábia Saudita e Rússia a prorrogarem os cortes, mas a Opep+ a procurar novas formas de restringir a oferta.
Já a Marex avalia que, apesar da alta do petróleo nesta sexta, o cenário geral ainda favorece a queda de preços. A empresa destaca o aumento dos estoques de petróleo nos EUA, indicando um setor bem abastecido do lado da oferta. Segundo a Marex, os estoques mantidos em Cushing estão 4 milhões de barris mais altos do que a média desde outubro.
Portanto, mesmo com a recuperação das perdas, o mercado de petróleo ainda mostra sinais de instabilidade e incerteza quanto à demanda e oferta. A expectativa é de que a situação continue sendo monitorada de perto, especialmente com a proximidade da reunião da Opep+ no fim do mês, onde possíveis medidas para estabilização do mercado podem ser discutidas.