Essa não é o primeiro episódio de violência dentro de escolas de São Caetano. Em outubro, um aluno da escola Ângelo Raphael Pellegrino, no bairro Mauá, também foi agredido, só que verbalmente com ofensas racistas. Na ocasião, os pais relataram à reportagem que a escola demorou em agir, pois foram quatro episódios de agressão racista e dois boletins de ocorrência registrados. Após a reportagem sobre o caso, a criança foi transferida de escola.
Segundo a mãe do garoto vítima, Marta Michele de Andrade Ferreira, o menino passa bem, mas está com o braço engessado e uma cirurgia não está descartada. “Graças a Deus que foi no braço, não foi mais grave. Mesmo assim, meu filho vai ficar com gesso pelo menos seis semanas e vamos fazer o acompanhamento através de radiografias, mas uma cirurgia não está descartada. Ele quebrou os dois ossos do braço, o rádio e o ulna”, explicou a mãe.
Marta também relata que o menino agressor já foi protagonista de diversos episódios de violência, tendo agredido inclusive professores. “Esse menino é problemático, já veio de outra escola onde já tinha agredido professor e alunos. Aqui na Dom Benedito ele derrubou o computador da professora e quebrou, já deu murro na boca de uma menina. Soubemos que ele já fez tratamento e foi acompanhado pelo Conselho Tutelar, mas disseram que ele não tem nada, o problema é que ele tem surtos, não aceita ser contrariado”, disse Marta.
A agressão teria ocorrido durante uma aula de educação física, em que os alunos fariam uma partida de futebol. Amigos, agressor e agredido queriam ficar no mesmo time, mas acabaram em times diferentes, o que já teria deixado o menino alterado. “Em um momento do jogo, ele (agressor) veio por trás do meu filho com violência, deu um carrinho e derrubou meu filho, que caiu sobre o braço. O professor me disse que não foi um choque normal, ele veio com violência, num jogo oficial ele teria sido expulso”, relatou a mãe.
O menino que quebrou o braço e o agressor são amigos. Segundo a mãe, mesmo sabendo dos momentos de fúria do colega, seu filho se aproximava e tentava incluí-lo nas atividades da escola. Ela fez um boletim de ocorrência relatando o ocorrido, e afirmou que na escola já existem diversos boletins relacionados ao menino agressor, e que o clima na Dom Benedito não é mais saudável.
A prefeitura de São Caetano foi procurada pela reportagem, para falar sobre o caso desta sexta-feira (10/11) e sobre o histórico de agressões relacionadas ao aluno da Dom Benedito, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta.