Segundo a ANM, a agência realizou uma vistoria em parceria com a Defesa Civil de Minas Gerais para definir as ações que devem ser adotadas pela empresa. A Vale, por sua vez, afirmou que as pilhas foram interditadas preventivamente pela ANM e que está acompanhando a realização das vistorias. A mineradora reforçou que as estruturas geotécnicas da companhia são monitoradas permanentemente por uma equipe técnica especializada.
As pilhas de material estéril (PDE) são rejeitos produzidos a partir da extração do minério de ferro. Segundo a ANM, as pilhas interditadas são a PDE Permanente I, a PDE Permanente II e a PDE União Vertente Santa Rita.
No distrito de Santa Rita Durão, que pertence a Mariana, vivem cerca de 300 pessoas. Até o momento, não há decisão que determine que os moradores deixem o local.
O caso de interdição das pilhas de rejeitos em Mariana traz à tona lembranças do trágico rompimento da barragem de Fundão, em 2015, que foi operada pela Samarco, uma joint-venture da Vale e da BHP Billiton. O desastre resultou na morte de 19 pessoas, na destruição do distrito de Bento Rodrigues e na contaminação do rio Doce até sua foz, no litoral do Espírito Santo.
A tragédia de Mariana e seus desdobramentos foram tema de um documentário produzido pela Folha, intitulado “Fantasmas da Lama”. O documentário mostra os impactos da tragédia na região e evidencia a importância de iniciativas que visem a prevenção de novos desastres e a segurança das comunidades próximas a áreas de mineração.
A interdição das pilhas de rejeitos em Mariana ressalta a importância do monitoramento e da fiscalização das estruturas de mineração, a fim de evitar novas tragédias ambientais e garantir a segurança das comunidades afetadas. O caso também evidencia a necessidade de ações preventivas e de políticas eficazes de controle e regulação do setor de mineração. A ANM continuará acompanhando o caso e aguarda a apresentação de laudos que atestem a estabilidade das estruturas para decidir sobre a manutenção ou não da interdição.