Pagu foi uma figura revolucionária que desafiou os padrões e restrições da sociedade de sua época. Desde muito jovem, ela já demonstrava seu talento e engajamento, contribuindo com o Brás Jornal aos 15 anos de idade. Seu caminho se cruzou com o do fotógrafo e poeta Mário de Andrade, um dos fundadores do modernismo, e também com o de Oswald de Andrade, com quem se casou de forma inusitada, em um cemitério, em 1930.
Já aos 18 anos, Pato Pagu era uma das colaboradoras da Revista da Antropofagia, participando de encontros com figuras importantes do modernismo como Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Além disso, Pagu se tornou integrante do Partido Comunista Brasileiro, o que a levou a enfrentar críticas e restrições, incluindo a pressão para se tornar uma trabalhadora do chão de fábrica.
Seu ativismo e engajamento com questões sociais fizeram de Pagu uma referência feminista, desafiando as normas e restrições da época. Ela enfrentou barreiras e provações, incluindo sua prisão em Santos durante um comício. Apesar de todas as dificuldades, ela nunca deixou de aprender e de se destacar, tornando-se uma figura inigualável na história da literatura e do ativismo brasileiro.
Além de sua atuação como escritora, Pagu também se dedicou ao teatro, com interesse especial pelo Teatro do Absurdo. Ela chegou a traduzir obras de expoentes como Fernando Arrabal e dirigir uma peça baseada em seu próprio livro.
O livro organizado por Lúcia Teixeira promete trazer à tona vários manuscritos inéditos de Pagu, revelando detalhes surpreendentes de sua vida e obra. O lançamento que será realizado na Pinacoteca Benedicto Calixto em Santos é uma oportunidade única para os interessados em conhecer mais sobre a vida dessa figura tão marcante da cultura brasileira.