De acordo com Lins, 95% das ocorrências de queda de energia na última sexta-feira foram provocadas por quedas de árvore, justificando a necessidade de um planejamento metropolitano para mapear e podar árvores. A situação ainda não estava completamente resolvida, com aproximadamente 11 mil endereços ainda sem luz há mais de quatro dias devido ao temporal. Ao todo, 56 mil estavam no escuro há mais de um dia, devido a interrupções posteriores. A empresa espera resolver todos os problemas até o final da tarde.
Buscando intensificar as podas de árvores, a Enel pretende realizar um “trabalho em conjunto” com as prefeituras da região. No entanto, o enterramento de fios elétricos em grande quantidade e em curto prazo foi descartado devido aos altos custos e transtornos que provocam.
Segundo a TelComp, associação que reúne empresas de telecomunicação, as obras para enterrar fios custam cerca de R$ 4 mil a cada metro de via em que fios aéreos são enterrados. O custo para enterrar fios em toda a cidade pode passar de R$ 80 bilhões, o que levanta a necessidade de um acordo com o poder público para custear a ampliação das obras de enterramento.
Além disso, a Enel assinou recentemente um novo convênio com a Prefeitura de São Paulo para o serviço de poda de árvores, ampliando os tipos de cortes previstos e introduzindo um sistema de gestão virtual do serviço. No ano passado, a empresa realizou cerca de 350 mil podas de árvores nos 24 municípios da Grande São Paulo onde é concessionária dos serviços de distribuição de energia.
Porém, mesmo com todos os esforços, a Enel Distribuição SP tem sido alvo de críticas e procedimentos legais devido à falta de energia. A empresa foi processada pela Prefeitura de São Paulo e o Ministério Público propôs uma indenização devido aos 2,1 milhões de imóveis que ficaram sem luz. O presidente da Enel Brasil e o presidente da Enel Distribuição SP foram convocados para depor em uma CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo, e vereadores da Câmara Municipal também devem abrir uma CPI para investigar a prestação de serviço da Enel na cidade, apesar da concessão dos serviços de distribuição de energia ser federal.
