Isso reflete uma discrepância entre a quantidade de pedidos e a capacidade da administração em atendê-los, resultando em uma lista de espera que vem crescendo ao longo dos anos. No entanto, o problema se agravou a partir de agosto de 2022, quando a diferença entre os pedidos e os serviços finalizados se tornou mais acentuada.
Essa situação tem gerado impactos significativos, especialmente após uma tempestade que atingiu São Paulo na última sexta-feira. As chuvas e rajadas de vento causaram a morte de oito pessoas e deixaram mais de 4,2 milhões de domicílios sem energia elétrica. Mais de 110 horas após a tempestade, cerca de 11 mil imóveis ainda estavam sem energia na região metropolitana, incluindo 4.600 na capital.
Segundo o presidente da Enel Distribuição SP, Max Xavier Lins, 95% das ocorrências de falta de energia foram provocadas por quedas de árvores. Ele defende a criação de um plano metropolitano para mapear e podar a vegetação urbana. A empresa assinou um novo convênio com a Prefeitura de São Paulo para o serviço de poda de árvores, visando ampliar os tipos de cortes previstos e implementar um sistema de gestão virtual.
Diante desse cenário, a gestão de Ricardo Nunes enfrenta críticas e pressão. O prefeito acusou a concessionária de energia, Enel, de não cumprir com a obrigação de restabelecer a energia em 100% dos endereços até a terça-feira (8). Ele afirmou que irá acionar a empresa no Procon e criticou a demora da Enel em remover as árvores caídas durante o temporal.
Essa situação tem afetado diretamente os moradores, como a síndica Viviane Cordeiro, que espera desde 2015 pela atenção da gestão municipal para atender seu pedido de poda de árvores. Outros relatos de moradores também destacam a demora no atendimento aos pedidos de poda e remoção.
A prefeitura, por sua vez, informou que o tempo médio de atendimento de pedidos de poda é de 67 dias e que equipes de poda atuam diariamente na cidade. Ainda assim, a falta de atendimento tem gerado prejuízos e descontentamento entre os cidadãos afetados.
Diante da pressão, o prefeito afirmou estar impedido de “aprimorar as regras de substituição das árvores da cidade” por conta de uma decisão judicial. Enquanto a situação não se resolve, os moradores continuam aguardando por medidas que possam garantir a segurança e o bem-estar da população.