O tema da redação deste ano foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil” e a divulgação das notas está marcada para o dia 16 de janeiro. O burburinho sobre possíveis mudanças nos critérios de correção surgiu em decorrência da troca dos responsáveis pela correção. Desde 2017, essa tarefa estava sob responsabilidade da Fundação Getulio Vargas, mas neste ano o Cebraspe, da Universidade de Brasília, venceu a licitação para aplicar e corrigir as provas do Enem.
Os candidatos a corretores de redação receberam um extenso material teórico sobre a redação, além de terem participado de um curso a distância entre agosto e setembro. No entanto, alguns professores influentes nas redes sociais afirmaram que o processo foi caótico e deixou os corretores em dúvida. Eles acreditam que os critérios de correção serão mais rigorosos, especialmente em relação a erros gramaticais e à exigência de uma conclusão que recapitule a tese e proponha uma intervenção. O Inep, no entanto, afirmou que o material entregue aos corretores continha apenas informações teóricas sobre o processo de correção e que os critérios de avaliação não foram alterados.
Alguns professores de cursinho também comentaram sobre o assunto. Coordenadores de redação dos cursinhos Anglo, Objetivo e Poliedro afirmaram que não houve mudanças significativas na correção da redação e que os ajustes finos são comuns todos os anos. Eles criticaram os professores influencers que alardearam mudanças nas redes sociais e aconselharam os estudantes a confiarem no trabalho feito ao longo do ano e nas informações oficiais do Inep.
Apesar das diferentes opiniões, um dos professores desistiu de participar do processo de correção de redação deste ano devido às supostas mudanças de última hora. Ele acredita que as notas podem cair, e muito, e que as mudanças podem ampliar as injustiças sociais. O treinamento dos corretores ocorrerá após a aplicação da prova e levará em consideração o tema da redação, garantindo que os alunos treinados a partir da matriz não sejam prejudicados pelos ajustes.
No geral, a discussão sobre as mudanças nos critérios da correção da redação do Enem gera bastante polêmica. Enquanto alguns professores acreditam que houve alterações significativas, outros defendem que os ajustes finos são normais e que as informações oficiais do Inep devem ser levadas em consideração. A divulgação das notas em janeiro será fundamental para analisar se as supostas mudanças realmente tiveram impacto nas notas dos alunos.