Secretário-geral da ONU alerta para a transformação de Gaza em “cemitério de crianças” e pede cessar-fogo imediato.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um apelo nesta segunda-feira (6) pela proteção dos civis no conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, alertando para a tragédia que está ocorrendo na Faixa de Gaza. Segundo Guterres, o território está se tornando um “cemitério de crianças”.

Diante dessa situação alarmante, ele pediu urgentemente por um cessar-fogo humanitário para que a população civil seja protegida. Guterres ressaltou que é necessário buscar uma solução para essa espiral de destruição, que está levando à morte e ao ferimento de centenas de crianças diariamente em Gaza.

Israel se comprometeu a eliminar o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, após um ataque do grupo militante que resultou na morte de 1,4 mil pessoas e no sequestro de mais de 240 reféns em outubro passado. Desde então, Israel tem realizado ataques aéreos, imposto um cerco à região e lançado uma incursão por terra. Segundo autoridades de saúde palestinas, o número de mortos em Gaza já ultrapassa 10 mil.

Guterres destacou que violações claras da lei humanitária internacional estão ocorrendo e que a ONU necessita de US$ 1,2 bilhão para disponibilizar ajuda humanitária a 2,7 milhões de pessoas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Além disso, o secretário-geral também ressaltou que as operações terrestres de Israel e os bombardeios indiscriminados estão afetando civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e instalações da ONU, incluindo abrigos. Segundo Guterres, ninguém está a salvo.

No entanto, ele também apontou que o Hamas e outros grupos militantes estão usando civis como escudos humanos e continuam disparando foguetes indiscriminadamente em direção a Israel. É uma situação complexa e perigosa, que requer uma resposta diplomática e humanitária urgente.

Guterres lamentou ainda o número de mortes entre os funcionários da agência de refugiados da ONU em Gaza, destacando que 89 trabalhadores perderam a vida, sendo esse o maior número de vítimas da organização em um único período na história.

Embora caminhões com ajuda humanitária estejam conseguindo entrar em Gaza pelo posto fronteiriço de Rafah, que é controlado pelo Egito, as autoridades da ONU afirmam que esse auxílio é insuficiente para atender às necessidades da população, especialmente considerando que mais de um milhão de pessoas estão desabrigadas devido aos ataques aéreos.

Guterres ressaltou que apenas cerca de 400 veículos conseguiram entrar em Gaza nas últimas duas semanas, em comparação com 500 veículos no dia anterior ao início do conflito. Esses números não incluem o transporte de combustível.

Diante desse cenário trágico, é fundamental que a comunidade internacional intensifique seus esforços para buscar uma solução pacífica e que a proteção dos civis seja priorizada. A situação em Gaza é alarmante e exige ações imediatas para evitar mais mortes e sofrimento.

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