No entanto, a economia brasileira registrou um desempenho acima das projeções no segundo trimestre deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB cresceu 0,9% em comparação com os primeiros três meses de 2023 e 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o PIB teve um aumento de 3,2%, enquanto no primeiro semestre a alta foi de 3,7%.
Quanto à inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, deve fechar este ano em 4,63%, conforme as projeções do Boletim Focus. Para 2024, a estimativa subiu de 3,9% para 3,91%. Já as previsões para 2025 e 2026 são de uma inflação de 3,5% em ambos os anos. É importante ressaltar que a estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Segundo o BC, a chance de o índice oficial de inflação ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, porém, ainda dentro do intervalo de tolerância estabelecido.
Em setembro, a inflação foi influenciada pelo aumento dos preços da gasolina, resultando em um IPCA de 0,26%, superior à taxa de agosto. No acumulado deste ano, a inflação atingiu 3,50%, e nos últimos 12 meses, o índice está em 5,19%, ultrapassando os 4,61% dos 12 meses anteriores.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Atualmente, a Selic está definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa do mercado financeiro é que a taxa encerre 2023 em 11,75%, caindo para 9,25% ao ano no final de 2024. Para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de uma Selic de 8,75% e 8,5%, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a Selic, busca-se conter a demanda aquecida, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando há queda na Selic, espera-se que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, mas reduzindo o controle sobre a inflação.
Por fim, as previsões do mercado financeiro indicam que a cotação do dólar deve encerrar este ano em R$ 5 e em R$ 5,05 no final de 2024. Vale ressaltar que essas estimativas podem sofrer alterações ao longo do tempo, pois são baseadas em diferentes fatores econômicos e políticos.