Segundo o depoimento do PM responsável pelo disparo, que portava uma pistola Glock .40, o tiro foi acidental. O delegado Osvaldo Farah Cunha, responsável pelo caso, afirmou ter assistido às imagens captadas pela câmera corporal utilizada pelo policial e concluiu que a versão do agente era verdadeira.
O policial, de 27 anos, foi preso por homicídio culposo, sem intenção de matar. Apesar disso, o delegado entendeu que o caso era passível de fiança e o PM pagou o valor de R$ 1.350. No entanto, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), após prestar depoimento no Plantão de Polícia Judiciária Militar, o policial foi autuado e encaminhado ao presídio Romão Gomes.
Segundo o relato do PM, ele estava em patrulhamento quando avistou outra equipe da Polícia Militar abordando um homem que supostamente havia fugido em uma moto roubada. No mesmo local, havia um segundo homem, descrito pelo policial como agressivo e aparentemente sob influência de álcool ou drogas, tentando se aproximar dos policiais. Pessoas que acompanhavam a cena impediram a aproximação.
Foi nesse momento que o soldado se aproximou do homem com o cassetete em mãos. De acordo com o relato do PM, o homem fez um movimento que fez com que o policial derrubasse o objeto. Sentindo-se ameaçado, o soldado afirmou ter pegado a arma que portava para proteção pessoal e para tentar recuperar o cassetete. Foi então que ocorreu um disparo acidental, sem intenção.
Uma testemunha registrou parte da cena em vídeo, onde é possível ver Caviquiole com as mãos erguidas, sem esboçar qualquer reação. Poucos instantes após, ouve-se o barulho do tiro.
O policial alegou ter solicitado socorro por volta das 7h06, acionando a Polícia Militar. No entanto, uma ambulância só chegou ao local às 7h58, momento em que Caviquiole já havia falecido.
Policiais civis afirmaram que, após o tiro, pessoas presentes começaram a atirar pedras contra os PMs, que revidaram com granadas e balas de borracha.
O valor da fiança, estipulado em R$ 1.350, foi determinado com base no salário mensal de R$ 3.000 recebido pelo policial. O boletim de ocorrência destaca que o PM ajudava financeiramente sua mãe e também menciona que o agente prestou socorro à vítima e demonstrou estar abalado com o caso.
O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa está investigando o caso, buscando esclarecer as circunstâncias que levaram a essa fatalidade e se há responsabilidade civil ou criminal a ser atribuída ao policial militar envolvido.