Peritos particulares serão contratados pela família de líder quilombola assassinada na Bahia para revisar laudo de sua morte

A família da líder quilombola Bernadete Pacífico está tomando medidas para revisar a perícia do local do crime, o laudo de sua morte e os protocolos de proteção que estavam sendo adotados antes de sua execução. O físico nuclear Jurandir Patrocínio, único filho vivo de Mãe Bernardete, contratou o escritório do advogado Hédio Silva Jr. para representar a família e o Instituto Mãe Bernadete Pacífico, que será criado para preservar a memória da líder quilombola.

Segundo Silva Jr., Mãe Bernadete foi uma importante lutadora pela dignidade e justiça do povo preto, quilombola e de religiões afro. O advogado afirma que aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para sua morte serão responsabilizados dentro da lei.

O advogado, que também é coordenador do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), vê como uma honra representar o legado de Mãe Bernadete, uma grande brasileira quilombola.

Antes de ser assassinada, Mãe Bernadete já havia recebido ameaças e estava sob programa de proteção a defensores de direitos humanos do Governo da Bahia. Embora câmeras tenham sido instaladas em sua casa e no entorno, e policiais a visitassem periodicamente, não havia uma vigilância constante.

A sacerdotisa foi morta aos 72 anos de idade quando estava junto de seus netos. Dois homens chegaram à casa ao lado do terreiro de candomblé que ela comandava em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, e a executaram com 14 tiros.

A luta contra os ataques a terreiros e o assassinato de lideranças religiosas afro na região se tornou ainda mais intensa após o assassinato do filho mais velho de Mãe Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, em 2017. Ele era um dos líderes quilombolas mais respeitados da Bahia e defendia a titulação do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. O caso ainda não foi solucionado após três anos de investigação da Polícia Civil e outros três da Polícia Federal.

Jurandir Patrocínio, irmão de Flávio Gabriel e único filho vivo de Mãe Bernadete, agora cuida dos três filhos do irmão assassinado e é responsável pela comunidade quilombola. Ele também lidera os esforços para o lançamento do Instituto Mãe Bernadete Pacífico como forma de preservar a memória de sua mãe.

No GP de São Paulo de F1, realizado no autódromo de Interlagos, a cantora Ludmilla interpretou o hino nacional brasileiro. O ex-jogador Cafu assistiu à competição do espaço VIP do autódromo, e a apresentadora Ana Clara também esteve presente.