Essa distância preocupou a mãe de Sofia, mas seus amigos brincaram com a situação, dizendo que a candidata chegaria atrasada correndo na televisão. No entanto, Sofia não foi a única a passar por essa adversidade. Cerca de 50 mil candidatos, correspondendo a 1% dos inscritos, também foram afetados por esse erro na alocação dos locais de prova.
Para resolver esse impasse, o governo federal, liderado pelo presidente Lula (PT), anunciou que os candidatos prejudicados por essa falha poderão fazer a prova em uma data alternativa, no mês de dezembro. Contudo, Sofia optou por realizar o exame no domingo (5) mesmo. Ela trabalha como assistente de marketing e temia ter problemas no trabalho caso remarcasse a prova. Além disso, Sofia acreditava que seria melhor enfrentar a ansiedade e realizar a prova de uma vez, já que seu objetivo é estudar design gráfico e conseguir uma bolsa de estudos em alguma universidade.
A reportagem acompanhou a trajetória de Sofia no domingo, que teve início às 9h30 e durou duas horas. Se ela tivesse utilizado um carro de aplicativo, teria que gastar cerca de R$70 e levaria um pouco mais de uma hora até o local da prova. Por isso, a opção mais viável para ela foi utilizar o metrô, já que o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo garantiram a gratuidade do transporte público no dia do exame. Sofia mora próxima à estação Jardim de São Paulo e utilizou a linha 1-azul até a estação Largo Treze, da linha 5-lilás. Em seguida, ela pegou um ônibus que a deixou próxima à universidade.
No ano passado, Sofia fez o Enem enquanto estava focada no trabalho de conclusão do ensino médio técnico, o que limitou seu tempo de estudo para a prova. No entanto, ela afirma que está mais preparada desta vez e que compreende melhor as técnicas necessárias para obter uma boa nota. A candidata considera que está mais tranquila para o primeiro dia do exame, mas está curiosa sobre o tema da redação, especulando possibilidades, como feminicídio e arquitetura hostil.
Na véspera da prova, o presidente Lula postou um vídeo mostrando uma jaca no Palácio da Alvorada e desejando boa sorte aos candidatos. Essa postagem levantou suspeitas de que o tema da redação estaria relacionado à arquitetura, e Sofia foi uma das estudantes que correu para se informar sobre o assunto, a fim de ter embasamento para a escrita. Ela também especulou sobre a possibilidade do tema estar relacionado à mobilidade urbana, brincando que, nesse caso, poderia escrever sobre sua experiência indo fazer o Enem.
Em resumo, Sofia Martin e outros 50 mil candidatos foram alocados em locais de prova distantes de suas casas no Enem deste ano. O governo federal ofereceu a opção de fazer a prova em dezembro, mas Sofia decidiu realizar o exame no domingo (5) mesmo. A candidata enfrentou um percurso de duas horas de metrô e ônibus para chegar ao local da prova, próxima de uma universidade. Agora, ela espera que o tema da redação esteja relacionado a arquitetura ou mobilidade urbana, e está confiante em seu desempenho.