No ano passado, a taxa de faltosos no primeiro dia foi de 28,3%, de acordo com dados oficiais do governo. As informações foram divulgadas em uma entrevista com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Manuel Palácios.
Os participantes do Enem realizaram as provas de linguagens, ciências humanas e redação. O tema da redação deste ano foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
A maior taxa de abstenção foi registrada em Roraima, com 31,5% de faltosos, seguido por São Paulo, com 26,8%. Os dados de abstenção referem-se a 98,3% dos dados operacionais.
Segundo o ministro da Educação, foram eliminados 4.293 inscritos por violação das regras do exame, como o porte de equipamentos eletrônicos, uso de materiais impressos ou desobediência às orientações dos aplicadores.
Além disso, o Inep acionou a Polícia Federal para investigar imagens da prova que circularam na internet antes do término do exame. O governo afirma que as fotos foram disseminadas após o fechamento dos portões e descarta a possibilidade de vazamento da prova. A PF está investigando dois casos, um em Pernambuco e outro no Distrito Federal.
Durante o primeiro dia de prova, ocorreram algumas interrupções de energia em 25 locais e a aplicação foi cancelada em três escolas de Santa Catarina devido às chuvas. Além disso, problemas logísticos, como emergências médicas, interrupções de energia ou abastecimento de água, afetaram 905 inscritos, que não puderam realizar a prova.
O Enem continua no próximo domingo (12), com a aplicação das provas de ciências humanas e ciências da natureza. Esta é a primeira edição do exame sob o governo Lula (PT), que tem buscado valorizar o Enem. O número de inscritos deste ano, 3,9 milhões, teve um salto de 13% em comparação com 2022.
O exame é uma das principais formas de ingresso no ensino superior, por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), além de ser requisito para o acesso ao Fies (Financiamento Estudantil) e ao Prouni (Programa Universidade para Todos).
Durante o governo Bolsonaro, o Enem enfrentou um processo de desidratação e foi alvo de tentativas de interferência ideológica em seu conteúdo. Agora, a nova gestão petista busca revalorizar o exame e garantir que os jovens possam construir seus sonhos de ingresso na universidade.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejou boa sorte aos candidatos por meio de um vídeo compartilhado no sábado (4) e visitou o Inep no domingo. Lula também obteve a garantia do Ministério das Minas e Energia de que haveria energia em todos os locais de prova em São Paulo.
Com as questões do Enem voltando a abordar conteúdos sobre o período da ditadura militar no Brasil, após três anos sem trazer questões sobre esse período da história, a realização do exame tem sido marcada por problemas logísticos causados pelas chuvas em diversas regiões do país, como São Paulo e Paraná, que causaram falta de energia em muitos locais, incluindo escolas onde a aplicação do Enem estava prevista. O governo está analisando os casos de inscritos prejudicados e estabeleceu um processo para solicitar a reaplicação das provas em dezembro, para aqueles que comprovarem a impossibilidade de realizar o exame no dia oficial.