Por outro lado, o plano traz uma novidade que não é bem vista pelos especialistas: a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em áreas federais, que incluem portos e aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. Essa medida foi considerada ineficaz, já que as Forças Armadas não estão preparadas para defender portos e aeroportos do crime organizado. Além disso, o uso da Polícia Rodoviária Federal em atividades de policiamento ostensivo contribui para a militarização da segurança pública.
Essa ideia de repescar a pior ideia da história da segurança pública e apresentá-la como solução é perigosa e mostra a incompetência da América Latina em lidar com problemas de segurança sem a tutela militar. A medida também levanta dúvidas sobre a capacidade do governo de encontrar soluções eficazes e adequadas para combater a criminalidade.
Apesar de ter pontos positivos, como o fortalecimento da inteligência no combate ao crime organizado, o plano de Lula para a segurança pública no Rio de Janeiro é considerado insuficiente e traz medidas arriscadas. É necessário estabelecer indicadores e diretrizes claras para que as ações propostas sejam efetivas e para evitar a militarização da segurança pública.
A implementação de GLO em áreas federais não é a solução para os problemas de segurança no Rio de Janeiro, e utilizar as Forças Armadas nesse contexto pode gerar consequências indesejadas. É preciso buscar alternativas mais eficazes, que envolvam ações integradas entre as polícias, o fortalecimento das investigações e o combate à corrupção. Somente assim será possível enfrentar a crise de segurança pública de maneira adequada e promover a proteção dos cidadãos.