Plano de Lula para segurança no RJ inclui decreto de GLO em portos e aeroportos, mas levanta críticas sobre eficácia e militarização

No Rio de Janeiro, o presidente Lula anunciou um plano de dez pontos para lidar com a crise de segurança pública. Entre as medidas estão o fortalecimento do controle de fronteiras, a modernização tecnológica das polícias e o aumento das ações de inteligência. Essas ações já são pressupostos no receituário policial, mas o plano não estabelece indicadores e diretrizes para cumpri-las. No entanto, um avanço positivo é o fortalecimento da inteligência no monitoramento financeiro sobre o crime organizado.

Por outro lado, o plano traz uma novidade que não é bem vista pelos especialistas: a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em áreas federais, que incluem portos e aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. Essa medida foi considerada ineficaz, já que as Forças Armadas não estão preparadas para defender portos e aeroportos do crime organizado. Além disso, o uso da Polícia Rodoviária Federal em atividades de policiamento ostensivo contribui para a militarização da segurança pública.

Essa ideia de repescar a pior ideia da história da segurança pública e apresentá-la como solução é perigosa e mostra a incompetência da América Latina em lidar com problemas de segurança sem a tutela militar. A medida também levanta dúvidas sobre a capacidade do governo de encontrar soluções eficazes e adequadas para combater a criminalidade.

Apesar de ter pontos positivos, como o fortalecimento da inteligência no combate ao crime organizado, o plano de Lula para a segurança pública no Rio de Janeiro é considerado insuficiente e traz medidas arriscadas. É necessário estabelecer indicadores e diretrizes claras para que as ações propostas sejam efetivas e para evitar a militarização da segurança pública.

A implementação de GLO em áreas federais não é a solução para os problemas de segurança no Rio de Janeiro, e utilizar as Forças Armadas nesse contexto pode gerar consequências indesejadas. É preciso buscar alternativas mais eficazes, que envolvam ações integradas entre as polícias, o fortalecimento das investigações e o combate à corrupção. Somente assim será possível enfrentar a crise de segurança pública de maneira adequada e promover a proteção dos cidadãos.

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