O general enfatizou que não há nenhum registro de um fuzil de mesmo calibre faltando nas fileiras do Exército, o que levanta a suspeita de que a arma não pertença à instituição, ao contrário das metralhadoras .50, cuja origem foi comprovada através da numeração.
A arma em questão é de fabricação belga e, segundo Gama, “sabemos que o Exército não é o único órgão que possui esse tipo de fuzil”. Ao todo, já foram recuperadas 19 das 21 metralhadoras furtadas em setembro do Arsenal de Guerra de São Paulo.
O fuzil foi encontrado embrulhado em um saco plástico preto dentro de um carro que pertencia a um homem considerado pelos investigadores como o negociador das armas com a facção Comando Vermelho. Em uma operação autorizada pela Justiça Militar, o Exército e a Polícia Militar de São Paulo foram a quatro endereços em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde apreenderam celulares e computadores de suspeitos envolvidos na tentativa de venda das armas, porém nenhum armamento foi encontrado.
Durante uma coletiva de imprensa, o general Gama evitou compartilhar detalhes da investigação em andamento que visa localizar as últimas duas metralhadoras furtadas, como o número de suspeitos de receptação das armas ou possíveis compradores. Ele informou apenas que existem imagens de câmeras de segurança que estão sendo analisadas no Inquérito Policial Militar que investiga os furtos no Arsenal de Guerra, mas não revelou as circunstâncias e locais filmados.
O general também não comentou sobre o relato de que o circuito de energia do Arsenal de Guerra teria sido desligado, desativando as câmeras de segurança e o alarme do paiol. Gama afirmou que ainda não se sabe se os armamentos foram retirados de uma só vez ou em ocasiões diferentes.
Em relação aos militares envolvidos no furto das metralhadoras, o Exército Brasileiro puniu 17 deles com prisão administrativa, além de ter solicitado à Justiça Militar de São Paulo a prisão preventiva de outros seis suspeitos. Esses militares são acusados de participação direta no furto das armas, com suspeitas de envolvimento com o crime organizado para efetuar a venda das metralhadoras. Porém, até o momento, ninguém foi preso nas três operações realizadas para recuperar as armas furtadas.
Os 17 militares punidos administrativamente ficarão detidos no próprio Arsenal de Guerra por um período de 1 a 20 dias, enquanto aguardam a decisão da Justiça Militar sobre os pedidos de prisão preventiva. O Comando Militar do Sudeste afirmou que os militares estão sendo punidos por “falha de conduta e/ou erro de procedimento nos processos de fiscalização e controle de armamento”.