A reportagem da Folha visitou os principais cemitérios administrados pelas quatro concessionárias do serviço funerário municipal: Vila Formosa, Vila Nova Cachoeirinha, São Luiz e Campo Grande. Em todos esses cemitérios foram encontrados entulhos e pedaços de lápides amontoados. Além disso, a maioria dos cemitérios apresentou algum tipo de invasão, com exceção do cemitério da zona sul.
Segundo o contrato firmado entre a prefeitura e as empresas, essas têm até 2027 para concluir as obras obrigatórias. Algumas reformas já estão em andamento, especialmente nas áreas administrativas e salas de velório. No entanto, os usuários relatam que as únicas mudanças visíveis são pinturas novas, instalação de bebedouros e grades, e um aumento no número de funcionários.
Em um dos cemitérios, a própria reforma realizada estragou uma área dedicada aos mortos. A tinta branca aplicada nas muretas de concreto que dividem as covas manchou as lápides e apagou os nomes das pessoas ali enterradas. Além disso, os monumentos estão pichados e há lixo espalhado pelos muros que separam o cemitério da rua.
Em outro cemitério, uma invasão de usuários de drogas persiste em uma área próxima, com lixo espalhado pelo chão. Algumas covas estão a menos de 20 metros desse ponto, e o local é cercado por uma favela. Mesmo após um ultimato para que os invasores se retirassem, eles ainda frequentam o terreno, embora agora sejam obrigados a deixar o local ao escurecer.
A privatização dos cemitérios resultou em um aumento nos preços dos serviços funerários básicos para a população. O valor do velório mais simples passou de R$ 299,85 para R$ 1.443,74. Esses valores estão previstos no contrato com a prefeitura e são destinados a famílias que ganham mais do que três salários mínimos. Os mais afetados por esse aumento são os paulistanos de renda baixa ou média que não se enquadram nas regras de gratuidade ou no programa de funeral social.
A prefeitura já recebeu dois alertas do Tribunal de Contas do Município (TCM) devido a problemas após as concessões dos cemitérios. O tribunal encontrou falhas de segurança, limpeza e falta de clareza nas informações sobre as gratuidades. Um inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público de São Paulo para investigar possíveis violações à política de gratuidade nos enterros.
As empresas responsáveis pela administração dos cemitérios afirmam estar investindo na melhoria dos locais, mas os problemas persistem. É preciso que a prefeitura e as concessionárias busquem soluções efetivas para garantir um serviço de qualidade e respeito aos falecidos e às famílias enlutadas.
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