Um exemplo da situação precária é o caso do quilombo de Cachoeira das Araras, na região do Pradoso. O posto de saúde local desmoronou e, desde então, as consultas passaram a ocorrer em um bar, que foi reformado temporariamente para esse fim. No entanto, os atendimentos são realizados apenas cerca de uma vez por mês.
Já no quilombo de Oiteiro, na região de José Gonçalves, a situação também é preocupante. O prédio do posto de saúde foi abandonado e o atendimento é feito na sede da associação do quilombo, mesmo sendo um espaço inadequado para esse fim. Segundo relatos dos moradores, a falta de recursos e a burocracia têm impedido a conclusão das obras.
No quilombo de São Joaquim do Sertão, a situação não é diferente. O atendimento médico acontece apenas uma vez por mês e os relatos de negligência são frequentes. Uma moradora conta que seu irmão foi ao posto de saúde com sangue nas fezes, mas não foi atendido. Posteriormente, descobriu-se que ele tinha câncer no intestino.
Esses relatos são apenas exemplos da precariedade enfrentada pelos quilombos de Vitória da Conquista. O acesso aos serviços de saúde é limitado, e a falta de manutenção em postos de saúde é um problema recorrente. Além disso, a população negra sofre com desigualdades no sistema de saúde em todo o país, conforme apontado pelo Ministério da Saúde em estudos sobre a Política Nacional de Saúde da População Negra.
A Secretaria Municipal de Saúde reconhece alguns dos problemas relatados, mas afirma que tem buscado soluções, como a realização de reformas e o aumento da oferta de consultas e exames. No entanto, os moradores dos quilombos ainda aguardam por melhorias efetivas no sistema de saúde.
A precariedade da saúde nos quilombos de Vitória da Conquista é uma realidade preocupante e que demanda atenção das autoridades responsáveis. É fundamental garantir o acesso a um atendimento médico de qualidade para a população quilombola, respeitando seus direitos básicos à saúde.