Os dados divulgados nesta terça-feira (31) revelam que, em 2022, cerca de 123 mil hectares de áreas de risco no país foram ocupados. Esse crescimento foi ainda maior nas áreas de favelas, onde a ocupação aumentou 3,4 vezes no mesmo período de tempo. Segundo o levantamento, 18% da área urbana total das favelas está em regiões de risco.
O estudo também avaliou os fundos de vales, áreas que ficam a até três metros de distância vertical do rio mais próximo. Foi identificado que 425 mil hectares de áreas urbanas estão nessa situação, mas ainda não são oficialmente reconhecidas como áreas de risco. O levantamento aponta que dois terços dessa ocupação ocorreram nos últimos 38 anos.
A ocupação muito próxima dos leitos dos rios quadruplicou de 1985 a 2022. Enquanto as áreas urbanas no Brasil triplicaram desde 1985, a ocupação em áreas de alta declividade quintuplicou no mesmo período de tempo. Esse cenário é extremamente preocupante, pois coloca em risco a vida e a segurança das pessoas que vivem nessas áreas precárias e vulneráveis.
Um dos coordenadores de mapeamento de Áreas Urbanizadas do MapBiomas, Julio Pedrassoli, destaca a gravidade da situação. Segundo ele, “os dados mostram uma situação preocupante, onde as ocupações precárias e com maior vulnerabilidade a eventos extremos cresceram rapidamente”.
O levantamento também abordou o cumprimento da lei 6766 de 1979, que proíbe a ocupação e loteamentos em terrenos com declividade superior a 30%, suscetíveis a deslizamentos. O documento revela que 98,8% das áreas ocupadas cumprem a legislação, porém a ocupação das áreas proibidas aumentou 5,2 vezes desde 1985.
Diante desses dados alarmantes, é necessário repensar as políticas de ocupação do território e investir em medidas de prevenção e mitigação de riscos. É fundamental que sejam adotadas medidas para evitar a ocupação de áreas de risco e garantir a segurança e o bem-estar da população.