Esse era um dos três aquedutos que abasteciam a Faixa de Gaza ainda em operação. Segundo o Ocha, essa estrutura abastecia o oeste da cidade de Khan Yunis, no sul do enclave, e havia sido reativado no dia 15 de outubro após o corte iniciado em 7 de outubro, dia do ataque do Hamas contra comunidades israelenses que acirrou o conflito na região.
Ainda de acordo com as Nações Unidas, o consumo de água pela população está 92% menor do que no período pré-hostilidades. O volume desse abastecimento chegou a oscilar ao longo dos dias de conflito, mas não havia sido ainda totalmente interrompido.
Outro aqueduto que abastece, via Israel, a Área Média de Gaza com cerca de 500 metros cúbicos de água foi danificado. No dia 29 de outubro, as autoridades israelenses autorizaram o reparo da estrutura, mas nenhum conserto foi realizado.
“Um terceiro duto que liga Israel ao norte de Gaza também permanece fechado desde 8 de outubro”, informou o Escritório da ONU.
Com isso, a água potável de Gaza está restrita à pequena ajuda humanitária autorizada a entrar via Egito e aos equipamentos de dessalinização da água do mar ainda em operação.
“Na Área Central e no sul de Gaza segue em funcionamento duas centrais de dessalinização de água do mar com cerca de 40% da sua capacidade, juntamente com 120 poços de água e 20 estações de bombeamento”, diz o informe da Ocha.
A situação na parte norte do enclave palestino é ainda mais grave: “Nem a central de dessalinização de água, nem o duto israelense que abastece essas áreas estão operacionais”. Além disso, o transporte de água foi interrompido no norte de Gaza nesta segunda-feira (30) “devido às operações militares em curso”.
Um informe das Forças de Defesa de Israel contradiz as informações da ONU, afirmando que não há falta de água em nenhuma região do enclave: “não há falta de água na Faixa de Gaza”. O documento diz ainda que no último sábado (28) Israel abriu um segundo canal para envio de água a Gaza, “elevando o total de suprimento de água potável para 28,5 milhões de litros por dia”.
Dos 143 caminhões com ajuda humanitária que entraram em Gaza desde o dia 21 de outubro, apenas 15 transportavam água potável (galões e garrafas), tanques de água, equipamento de purificação de água e kits de higiene.
Os cerca de 34 brasileiros e familiares que aguardam autorização para deixar a Faixa de Gaza têm relatado dificuldade em encontrar água potável.