De acordo com Guindos, o BCE continuará seguindo uma abordagem orientada por dados para determinar o nível e a duração apropriados da restrição monetária. Além disso, o dirigente ressaltou que é essencial reverter as medidas de apoio implementadas em resposta à crise energética para evitar um aumento da inflação no médio prazo. Caso contrário, seria necessário adotar uma política monetária ainda mais restritiva.
Guindos também defendeu a necessidade de políticas orçamentárias que tornem a economia da área do euro mais produtiva e reduzam gradualmente a elevada dívida pública. Segundo ele, grandes riscos geopolíticos estão aumentando e afetando as perspectivas econômicas, o que poderia levar empresas e famílias a se tornarem menos confiantes, prejudicando ainda mais o crescimento na zona do euro.
Outro fator que pode impactar a inflação é um possível aumento nos salários acima do esperado. No entanto, uma transmissão mais forte da política monetária ou um agravamento do cenário econômico global poderiam aliviar as pressões sobre os preços.
Em relação ao mercado de trabalho, Guindos destacou que, apesar da desaceleração no crescimento, o setor se manteve resiliente. No entanto, há sinais de que esse quadro está mudando, uma vez que a criação de empregos tem diminuído gradualmente, especialmente no setor de serviços.
O dirigente ainda mencionou que os juros de longo prazo têm apresentado uma alta significativa desde meados de setembro, refletindo as altas em outras grandes economias. Os custos de financiamento bancário também estão aumentando, assim como as taxas de juros para empréstimos comerciais e hipotecas. Além disso, os bancos relataram uma queda na demanda por crédito e os critérios de concessão de empréstimos se tornaram mais restritivos.
Diante desse cenário, Guindos ressaltou a importância de monitorar de perto a dinâmica do crédito, já que ela se tornou visivelmente enfraquecida nos últimos tempos. Assim, o BCE continua trabalhando para garantir a estabilidade monetária da zona do euro, adotando as medidas adequadas de acordo com a evolução dos dados econômicos e dos riscos geopolíticos.