A visita do rei ocorreu no quilombo Cafundó, localizado no interior paulista. Antes mesmo da realização das profecias, já se podia sentir a expectativa e a importância da visita. Um grupo de brasileiros e angolanos se posicionou no topo da estrada de terra que dá acesso à comunidade quilombola, esperando a chegada do rei. Cintia Delgado, líder do local, acompanhada de três homens com seus berimbaus, tocava hinos de capoeira para recepcionar o rei.
Apesar de um pequeno atraso causado por um problema no carro da comitiva, o rei chegou. Às 12h17, os carros pretos que traziam o Ekuikui 6º e sua comitiva adentraram o local. A artesã Regina Pereira, líder do Cafundó, apresentou a comunidade ao rei, que contemplou a paisagem e elogiou o lugar. Logo em seguida, uma guarda com espadas de São Jorge foi formada para receber o rei no final da descida.
Durante a visita, o rei reconheceu o esforço dos quilombolas em preservar sua cultura e tradições. Ele destacou a importância da língua cupópia, variação do idioma ubuntu, a religião e o culto aos ancestrais. A visita também aproximou o rei e o quilombo por meio do futebol, já que o rei declarou ser corintiano e muitos moradores do Cafundó torcem pelo time paulista.
Além disso, o rei fez questão de transmitir uma mensagem de esperança para a juventude negra, incentivando-os a sonharem com o fim do racismo e pedindo que a lei puna de forma exemplar aqueles que cometem crimes racistas. Durante sua visita, ele dançou, cantou, comeu e caminhou com os quilombolas, ressaltando a riqueza gastronômica brasileira e quilombola.
Apesar do significado simbólico da visita, nenhum representante do governo federal esteve presente no evento. O rei ainda tem uma agenda no Brasil até o dia 15 de novembro, com visitas previstas à Bahia, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Resta esperar que a visita do rei seja mais do que uma estratégia de marketing e que as autoridades brasileiras se comprometam em preservar o território do quilombo Cafundó.