Esses tristes eventos estão acontecendo em meio a uma seca severa que afetou significativamente o nível dos rios Amazonas, Negro, Solimões e Madeira. Segundo a Sea Shepherd, partes do rio Amazonas atingiram recentemente o nível mais baixo em mais de um século. Essa seca extrema tem causado danos ao ecossistema da Amazônia e às vidas de centenas de milhares de pessoas.
Os pesquisadores afirmam que os baixos níveis dos rios durante a seca têm resultado no aumento das temperaturas da água, tornando-a intolerável para os botos. Milhares de peixes também têm morrido nos afluentes do Amazonas devido à falta de oxigênio na água. Essas condições adversas têm afetado gravemente a vida selvagem da região.
A ONG Sea Shepherd realizou viagens de monitoramento a Coari no domingo e na segunda-feira e encontrou os 16 botos cor-de-rosa e 3 tucuxis mortos, bem como mais 4 animais não identificados. No entanto, também foram avistados alguns botos vivos, que apresentavam comportamento normal. Desde setembro, já foram encontrados 178 botos cor-de-rosa mortos, principalmente na região do rio Tefé. Esse número representa cerca de 10% da população desses animais.
As populações de golfinhos são particularmente vulneráveis a ameaças devido aos seus ciclos reprodutivos lentos. Neste caso, a seca extrema e o aumento da temperatura da água estão impactando diretamente a vida desses animais e gerando um efeito devastador em sua população.
Essas mortes contínuas de botos cor-de-rosa e outras espécies de mamíferos aquáticos são um alerta para a urgência de medidas de proteção e conservação do ecossistema da Amazônia. É importante que sejam adotadas ações efetivas para combater os efeitos das mudanças climáticas e garantir a sobrevivência dessas espécies ameaçadas. A preservação da Amazônia e de sua diversidade biológica devem ser prioridades, não apenas para o Brasil, mas para todo o mundo.