Os ministros discutiram e aprovaram uma proposta conjunta que aborda questões como mudanças climáticas, biodiversidade, poluição, gênero, educação ambiental, consumo e produção sustentável, sendo aprovada por unanimidade ao final do 23º Fórum de Ministros do Meio Ambiente da região. Além disso, eles também aprovaram uma declaração de 51 pontos para estabelecer a agenda ambiental para os próximos anos.
A declaração convoca os países industrializados a ajudarem os países latino-americanos a se adaptarem às mudanças climáticas. Ela pede especificamente que os países desenvolvidos cumpram seus compromissos de provisão e mobilização de recursos, incluindo a meta de mobilizar no mínimo US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para apoiar as necessidades dos países em desenvolvimento.
Os ministros se encontraram no Panamá durante a Semana do Clima da América Latina e do Caribe, que reúne cerca de 3.000 delegados de governos locais e nacionais, povos indígenas, sociedade civil e iniciativa privada, com foco em discussões sobre a transição para energias renováveis.
A declaração aprovada pelos ministros ressalta a importância de promover iniciativas que integrem os esforços na qualidade do ar, solo e água, além de implantar medidas para adaptação e mitigação das mudanças climáticas. Ela também reafirma o compromisso com um futuro energético sustentável, que garanta a segurança energética, promova a interconexão e a integração energética, além de fomentar a estabilidade dos mercados, priorizando uma transição energética justa, limpa e sustentável.
Esse acordo alcançado pelos ministros representa um marco na região, já que nem sempre a América Latina e o Caribe apresentam propostas conjuntas em fóruns internacionais sobre meio ambiente. Segundo Juan Bello, diretor regional para a América Latina e o Caribe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as posições comuns são fundamentais para que a região possa ter mais representatividade nos espaços globais.
Outro destaque do encontro foi a questão do manejo do solo. De acordo com um relatório divulgado durante o evento, os países latino-americanos estão avançando com sucesso na transição para energias renováveis, especialmente eólica e solar. No entanto, é necessário também redobrar os esforços para combater a degradação do solo.
Andrea Meza, secretária-executiva adjunta da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação, ressaltou a importância do manejo, proteção e restauração do solo para alcançar as metas climáticas e deter a perda de biodiversidade. Segundo ela, a terra saudável é fundamental para produzir alimentos de qualidade e garantir a segurança hídrica.
A COP28 abordará diversos temas, como a redução das emissões de gases do efeito estufa, a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, a exploração de energias renováveis e a assistência aos países em desenvolvimento. A reunião no Panamá contou com a participação de 27 dos 33 países da região, incluindo o Brasil. No entanto, o encontro foi marcado por protestos e bloqueios de ruas, com o objetivo de exigir a suspensão de um contrato com uma empresa canadense para operar a maior mina de cobre da América Central.