Enquanto a porção Sul do país continuará a enfrentar chuvas intensas, a região Norte deverá continuar com precipitação reduzida. A estiagem na Amazônia tem sido tão severa que a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, do governo do Ceará, juntamente com o Instituto Nacional de Meteorologia e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, afirmam que a recuperação da seca no Norte será lenta.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, as chuvas devem voltar à região em novembro, porém ainda abaixo da média. A intensificação do El Niño até dezembro deverá agravar ainda mais o déficit de chuva na região amazônica.
O El Niño é caracterizado por um aquecimento acima da média no oceano Pacífico, próximo à linha do Equador. As mudanças na circulação dos ventos alísios, que sopram de leste para oeste, resultam no transporte de umidade e águas mais quentes da costa das Américas para a Ásia e Oceania.
Essa alteração na circulação dos ventos também afeta o território brasileiro, principalmente a região Sul, onde se concentra a maior parte da precipitação. Os ventos do oceano, que seguem na direção leste-oeste sobre a cordilheira dos Andes, criam uma barreira que faz com que as frentes frias se movam mais lentamente sobre essa região, levando a uma maior quantidade de chuvas.
Além disso, o estado de Rondônia também poderá ser afetado pela falta de chuvas devido ao El Niño, o que preocupa ainda mais, uma vez que a bacia do rio Madeira, localizada nesse estado, contribui para o volume de água do rio Amazonas, que já está sofrendo com a estiagem severa.
Diante desse cenário, é importante que sejam adotadas medidas de prevenção e controle para minimizar os impactos dessa falta de chuvas, especialmente na região amazônica, visando proteger o ecossistema e garantir o abastecimento de água e a preservação da biodiversidade.