Inicialmente, o dólar estava em queda em relação às moedas emergentes, porém, ganhou força rapidamente e atingiu a máxima de R$ 5,0191 na segunda etapa de negócios, após uma queda significativa pela manhã. Apesar da deterioração do apetite ao risco no exterior, o dólar continuou em queda em relação aos pares latino-americanos do real e ao rand sul-africano.
No mercado interno, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,0131, representando uma alta de 0,46%. Na semana, a moeda acumula uma baixa de 0,36%. Os operadores observam que a arrancada da moeda à tarde foi súbita e expressiva.
As declarações de Lula foram feitas durante um encontro com jornalistas, onde ele admitiu que é improvável que o governo atinja a meta de superávit primário de zero em 2024. Ele argumentou que mesmo se o Brasil tiver um déficit de 0,5% ou 0,25%, não será um grande problema. Essas declarações foram vistas com descrença pelos analistas, que afirmam que as metas fiscais estão perdendo credibilidade.
Carlos Kawall, sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, afirma que as declarações de Lula revelam um desprestígio ao trabalho do ministro da Fazenda e um enfraquecimento de Haddad. Para ele, as falas do presidente mostram que a regra fiscal não tem valor.
Pela manhã, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, negou que o governo planeje mudar a meta fiscal. No entanto, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, Danilo Forte, concordou com os economistas e afirmou que as declarações de Lula causam constrangimento ao ministro da Fazenda.
Os economistas ressaltam que a manutenção da meta de superávit primário de zero em 2024 é importante para a convergência das políticas monetária e fiscal. O mercado está preocupado com a possibilidade de ampliação dos gastos, o que pode comprometer ainda mais a situação fiscal do país.
Em resumo, as falas de Lula sobre a possibilidade de déficit primário em 2024 causaram uma deterioração dos ativos domésticos, levando o dólar a ultrapassar a marca de R$ 5,00. Os analistas veem essas declarações com descrença e afirmam que elas enfraquecem a credibilidade das metas fiscais. Agora, o mercado está preocupado com a possibilidade de ampliação dos gastos e o impacto negativo na situação fiscal do país.
