O juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos, aceitou a denúncia e estabeleceu um prazo de até dez dias para que Da Cunha apresente sua defesa. A vítima relata que teve diversos objetos danificados pelo réu, como roupas, óculos e calçados. O juiz determinou que esses itens sejam entregues para perícia e também manteve as medidas protetivas de urgência solicitadas por Betina.
Uma das advogadas de Betina, Gabriela Manssur, expressou sua insatisfação com a decisão do juiz de não apreender as armas de fogo do acusado. Manssur argumenta que, de acordo com a Lei Maria da Penha, a posse ou porte de armas pode ser suspensa ou restrita em casos de violência doméstica, pois a existência de armas de fogo em tais situações pode resultar em crimes mais graves.
Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que Da Cunha é suspeito de violência doméstica. Em 2016, sua ex-mulher registrou um boletim de ocorrência relatando ameaças, e no mesmo ano, a advogada Camila Rezende da Cunha também denunciou um histórico de violência doméstica. Camila afirma que decidiu procurar a polícia após o marido ameaçá-la em um restaurante na frente do filho do casal, na época com três anos de idade. Segundo o registro policial, Da Cunha teria dito: “Olha bem no meu olho. Se você pedir para eu falar baixo mais uma vez eu vou dar um tiro no meio da sua testa”.
A reportagem tentou contatar o deputado federal por mensagens de texto e ligação, mas ele não respondeu aos contatos. Agora, caberá à Justiça avaliar as provas e conduzir o processo em relação às acusações de violência doméstica contra o delegado Da Cunha.