O governo brasileiro está monitorando um grupo de 32 pessoas na região, que está dividido entre Rafah e Khan Yunis. Esse grupo é composto por oito crianças, quatro mulheres e quatro homens em Rafah, e nove crianças, cinco mulheres e dois homens em Khan Yunis. Enquanto as forças israelenses têm ordenado a saída dos moradores do Norte de Gaza, o sul também continua sofrendo com os intensos bombardeios.
De acordo com relatos da Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, os brasileiros presentes na região têm enfrentado bombardeios intensos, acompanhados de algum produto que afeta a respiração, possivelmente gás lacrimogêneo. Hasan Rabee, um palestino naturalizado brasileiro que está abrigado com sua família na Faixa de Gaza há 20 dias, testemunhou mais bombardeios próximos à sua residência, descrevendo a situação como extremamente complicada, com falta de água, energia, gás para cozinhar e alimentos básicos.
Desde o início dos ataques israelenses em 7 de outubro, foram relatados pelo Ministério da Saúde em Gaza, controlada pelo Hamas, a morte de pelo menos 7.326 palestinos, incluindo 3.038 crianças. Além disso, estima-se que cerca de 1,6 mil pessoas, incluindo 900 crianças, estejam desaparecidas e possam estar presas ou mortas sob os escombros.
A situação de abastecimento de água também preocupa as autoridades. Apesar de uma melhoria temporária nos últimos dois dias, o abastecimento de água ainda é instável. A UNRWA (Agência da ONU para Refugiados Palestinos) e a Unicef (Fundo da ONU para a Infância) conseguiram fornecer 25 mil litros adicionais de combustível para instalações de água cruciais em Gaza, provenientes de suas reservas. No entanto, é necessário fornecer mais combustível para garantir o funcionamento contínuo dessas instalações.
Por fim, foi destacado que as centrais de dessalinização de água do mar na Área Média e Khan Younis estão operando apenas com 30% de sua capacidade total, enquanto a terceira central, no Norte de Gaza, permanece fechada. O fornecimento de água por Israel à área de Khan Younis foi retomado ao nível anterior, após uma redução entre 60% e 80% em 25 de outubro, contribuindo para a disponibilidade de água canalizada em alguns lares. No entanto, se não forem tomadas medidas adicionais, a operação das instalações de abastecimento de água poderá ser interrompida novamente em breve, agravando ainda mais a crise humanitária na região.