Atualmente, o país tem um total de 84 cidades com o sistema de tarifa zero, com a maioria delas localizada no estado de São Paulo (24), seguido por Minas Gerais (23), Paraná (dez) e Rio de Janeiro (nove). Os municípios com maior população que adotaram o passe livre são Caucaia (CE), com 355 mil habitantes; Maricá (RJ), com 197 mil; Ibirité (MG), com 170 mil; Paranaguá (PR), com 145 mil; e Balneário Camburiú (SC), com 139 mil.
A adoção do passe livre está relacionada à crise no transporte público coletivo em todo o país. O pesquisador Santini destaca a queda no número de passageiros dos ônibus em São Paulo, que perdeu 1 bilhão de passageiros de 2013 a 2022. Essa redução dificulta o equilíbrio financeiro do sistema, uma vez que com menos passageiros, é necessário aumentar o valor da passagem para manter a mesma receita. No entanto, o aumento da tarifa acaba diminuindo ainda mais o número de passageiros, tornando-se um ciclo vicioso.
Em meio a essa situação preocupante, estão sendo estudadas e testadas novas possibilidades de financiamento e organização para garantir a sobrevivência e continuidade do transporte público. Em São Paulo, por exemplo, vereadores propuseram um projeto de lei que prevê o passe livre parcial para pessoas de baixa renda, especialmente para inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e desempregados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse projeto está em tramitação na Câmara dos Vereadores.
Além disso, a prefeitura de São Paulo solicitou um estudo de viabilidade para a adoção do passe livre na cidade. O projeto Tarifa Zero está sendo desenvolvido pela São Paulo Transporte (SPTrans), empresa pública responsável pela gestão do transporte no município. No entanto, ainda não há detalhes disponíveis sobre o estudo.
A tendência de adesão ao passe livre no transporte público é uma resposta à crise enfrentada pelo setor e busca alternativas para garantir o acesso à mobilidade para os cidadãos. O caminho para a sustentabilidade do transporte coletivo passa pela busca por novos modelos de financiamento e pela criação de políticas públicas eficientes que priorizem a qualidade e a acessibilidade do sistema.