Durante o discurso, Derrite destacou o combate ao tráfico de drogas, em especial na região central da cracolândia, e também a Operação Escudo na Baixada Santista, que resultou em pelo menos 28 mortes. Foi ao mencionar essa operação que o secretário fez os ataques à imprensa, afirmando que parte das notícias divulgadas era falsa.
Derrite chegou a afirmar que a imprensa era canalha e que trabalhava a serviço do crime. Ele também fez uma ligação entre jornalistas e criminosos, afirmando que eles trabalhavam a favor do crime. Esses comentários foram aplaudidos pelo público presente.
Cabe ressaltar que em setembro, o Conselho Nacional de Direitos Humanos recomendou que a Operação Escudo fosse interrompida imediatamente, após uma missão de emergência no litoral paulista que apontou supostas violações como assassinatos sumários e remoções forçadas sem mandado judicial.
O secretário também declarou que criminosos que atentarem contra a vida de policiais serão caçados e preferencialmente presos. No entanto, ele não abordou durante o discurso os trabalhos feitos ou propostas para melhorar a segurança nas escolas, mesmo ocorrendo um segundo ataque fatal em sete meses em uma escola da capital paulista.
Derrite, que é deputado licenciado pelo PL e aliado da família Bolsonaro, também saiu em defesa do ex-presidente. Ele afirmou que a culpa da criminalidade não pode ser atribuída à flexibilização do armamento promovida por Bolsonaro, já que as armas utilizadas pelos criminosos são provenientes do mercado ilícito.
O evento, embora de caráter privado, contou com a presença de membros das polícias Civil e Militar. Questionado sobre a convocação desses oficiais e se a presença deles poderia trazer prejuízos ao patrulhamento, o trio de autoridades presente no evento não respondeu às perguntas.
O Congresso de Operações Policiais foi organizado por João Sansone e teve como objetivo a integração entre as polícias e a troca de experiências. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, Derrite foi convidado para o evento e os demais policiais puderam se inscrever voluntariamente.
No entanto, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmou que o evento não tem tradição na área e se assemelha mais a uma feira de negócios, com forte ligação com o mundo das armas.