Desafio do Estado em conter o crime organizado expõe erros e queda nas pesquisas, enquanto ônibus e trem são incendiados no Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tentou conter o desgaste político com ataques ao crime organizado em meio aos recentes episódios de violência na cidade. No entanto, aliados do governador veem erros em sua gestão e uma queda nas pesquisas de popularidade.

O Rio de Janeiro tem enfrentado uma onda de violência nos últimos dias, com incêndios em ônibus e um trem. Enquanto isso acontecia, Castro afirmava que o crime organizado não ousaria desafiar o poder do Estado. No entanto, a realidade mostrou que a falta de uma política de segurança efetiva levou ao caos que já era anunciado.

O governador tenta fazer com que a população acredite que a situação é uma luta entre mocinhos e bandidos, e que ele está do lado dos mocinhos. No entanto, a realidade é muito mais complexa do que isso. As autoridades fluminenses, tanto as atuais quanto as anteriores, precisam explicar como permitiram que as milícias crescessem tanto nos últimos anos.

As milícias conseguiram se estabelecer e lucrar no Rio de Janeiro porque contam com uma relação de conivência e até mesmo de dependência com o Estado. Sem investigar e desvendar esses laços econômicos, além de controlar o acesso às armas, a situação não será resolvida.

Além disso, o governador nomeou um policial influenciador digital, que foi homenageado por um deputado ligado a milicianos, para chefiar a Polícia Civil. Isso mostra que, em parte, a milícia tem influência sobre o estado, que sequer possui uma Secretaria da Segurança Pública.

A ideia de enviar policiais de outros estados para o Rio de Janeiro, por meio da Força Nacional, também não resolverá o problema. É preciso que os governos fluminense e federal expliquem por que essa medida seria efetiva.

O Ministério Público do Rio de Janeiro também precisa explicar por que extinguiu o órgão que apurava má conduta de policiais militares. Essa medida fragiliza ainda mais o controle da violência policial no estado.

Outra questão é a seletividade do policiamento ostensivo, que ocorre em apenas 6,5% das áreas de milícia. Sem abordar como isso fortalece o mercado imobiliário das milícias, nenhuma solução será encontrada. A tática de confronto direto com a milícia não funcionará, pois ela mesma adota essa estratégia.

Em meio a toda essa situação, o governador Cláudio Castro precisa lidar com a queda em sua popularidade e com a insatisfação de seus aliados. É necessário que sejam tomadas medidas efetivas para combater as milícias e garantir a segurança da população do Rio de Janeiro.

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