Além disso, o número de mortes causadas por policiais militares de folga também aumentou, passando de 26 para 33 no mesmo período. Um dos eventos que contribuiu para esses números foi a Operação Escudo em Guarujá e Santos, que resultou na morte de 28 pessoas. Essa operação durou 40 dias e teve como objetivo prender os suspeitos pelo assassinato de um soldado da Rota, tropa de elite da PM paulista, e combater o tráfico de drogas na Baixada Santista.
Enquanto isso, o número de policiais mortos em serviço também aumentou, passando de um para quatro. No entanto, houve uma diminuição no número de policiais de folga assassinados, caindo de sete para um.
No acumulado de janeiro a setembro, foram registradas 261 mortes praticadas por policiais militares em serviço, em comparação com as 180 mortes no mesmo período de 2022, representando um aumento de 45%. Apesar do aumento significativo, os números ainda estão abaixo do registrado no período pré-pandemia, quando foram registradas 351 mortes nos primeiros nove meses de 2021, 560 em 2020 e 513 em 2019.
A Ouvidoria da Polícia manifestou preocupação com os dados de mortalidade de civis e policiais. O órgão considera fundamental a implementação de medidas que visem garantir a vida da população e dos policiais e sugeriu a criação de grupos de trabalho para discutir e aprimorar as abordagens policiais.
A Ouvidoria também destacou a importância do fortalecimento e do aprimoramento das câmeras corporais, que tiveram seu orçamento cortado em R$ 15,2 milhões pelo governador Tarcísio de Freitas no início do mês.
Em nota, a SSP afirmou que investe constantemente no treinamento das forças de segurança e em políticas públicas para reduzir as mortes em serviço. A pasta mencionou o aprimoramento dos cursos e a aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo como ações tomadas nesse sentido. A SSP também destacou a existência de uma Comissão de Mitigação e Não Conformidades, responsável por analisar as ocorrências de mortes por intervenção policial e ajustar procedimentos e treinamentos.
Segundo a SSP, os números de mortes decorrentes de intervenção policial indicam que a causa não está na atuação da polícia, mas sim na ação dos criminosos que optam pelo confronto, colocando em risco tanto a população quanto os policiais. A nota também destacou que todas as ocorrências dessa natureza são investigadas, encaminhadas para análise do Ministério Público e julgadas pelo Poder Judiciário.
Em resumo, os números apresentados revelam um aumento preocupante na quantidade de mortes causadas por policiais militares em serviço durante a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora a SSP tenha reforçado o investimento em treinamento e políticas públicas para reduzir essas mortes, a Ouvidoria da Polícia expressou preocupação e destacou a necessidade de medidas mais efetivas para garantir a vida da população e dos policiais. A queda no orçamento das câmeras corporais também foi mencionada como um obstáculo para o aprimoramento da transparência e prestação de contas das ações policiais.