Criminosos incendeiam ônibus no Rio de Janeiro após morte de líder da maior milícia do estado

Na tarde de segunda-feira (23), o Rio de Janeiro enfrentou uma série de ataques de criminosos que incendiaram ônibus, um trem e veículos de passeio. A cúpula do governo estadual acredita que a magnitude desses ataques está diretamente ligada à proximidade do líder da maior milícia do estado, Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, com o local onde ocorria uma operação policial.

Durante a operação, os agentes apreenderam um rádio com Matheus da Silva Rezende, também conhecido como Faustão ou Teteu. Por meio desse rádio, ouviram um alerta para proteger o “01”. Para o Palácio Guanabara, sede do governo, os ataques na zona oeste da cidade tinham como objetivo distrair as ações policiais para permitir a fuga de Zinho.

Faustão, que era apontado como o número 2 na hierarquia e sobrinho do líder do chamado Bonde do Zinho, foi morto durante a operação na comunidade Três Pontes. Após sua morte, os criminosos incendiaram mais de 30 ônibus, um trem e veículos de passeio em diferentes bairros da zona oeste.

O governador Cláudio Castro, do partido PL, parabenizou a Polícia Civil pela prisão de Faustão antes mesmo de sua morte e do início dos ataques. No entanto, a cúpula de segurança não esperava uma reação tão intensa, principalmente porque o foco da operação era justamente a captura de Faustão e não se sabia da proximidade de Zinho.

Fontes da polícia afirmam que os incêndios foram encomendados por milicianos, que ofereceram R$ 500 como recompensa para quem conseguisse incendiar ônibus em toda a região. A instrução era que a ação fosse filmada como prova do cumprimento da ordem. Essa oferta teria sido repassada sem critério, contribuindo para a intensificação dos ataques.

É importante ressaltar que a morte de Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko e irmão de Zinho, não gerou uma reação semelhante por parte dos criminosos. Ecko foi morto em 2021 durante uma ação da Polícia Civil. O caso foi arquivado pela Justiça, apesar de algumas contradições nos depoimentos dos policiais envolvidos.

O Rio de Janeiro vive um cenário de confronto constante entre as autoridades e o crime organizado. A família Braga tem sido alvo frequente das ações policiais, resultando em prisões e mortes. Para a advogada da família, Leonella Vieira, o Estado precisa ser competente para prender e não covarde para executar. Ela afirma que o alto escalão da Polícia Civil executa os membros da família Braga em vez de prendê-los.

Faustão é o terceiro membro da família a ser morto em ações da Polícia Civil. Carlos Alexandre da Silva Braga, conhecido como Carlinhos Três Pontes, também foi morto em uma ação para prendê-lo em 2017.

A morte de Faustão desencadeou uma série de ataques na cidade do Rio de Janeiro, evidenciando a força e a influência da milícia do CL, comandada por Zinho. O confronto entre as autoridades e criminosos continua desafiando o poder do Estado e colocando em xeque a eficácia das políticas de segurança no estado.

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