Para lidar com essa questão, é necessário um esforço da sociedade em apoiar escolas, educadores e estudantes, além de implementar políticas públicas nas áreas de educação, segurança pública e proteção social. Uma das primeiras medidas seria realizar uma pesquisa sobre a qualidade do ambiente escolar, levando em consideração aspectos como infraestrutura, relações sociais, regras, relação com a família e a comunidade, entre outros. Os resultados dessa pesquisa seriam divulgados para a comunidade e serviriam como ponto de partida para ações na escola e nas redes de ensino.
É fundamental garantir que os estudantes se sintam seguros na escola, o que pode ser alcançado por meio da criação de programas em que líderes estudantis promovam o acolhimento dos colegas que não se sentem seguros para compartilhar seus problemas com adultos. Além disso, é preciso garantir condições adequadas de trabalho aos educadores e capacitá-los para identificar mudanças no comportamento dos alunos que possam indicar ocorrência de problemas.
Um aspecto importante é contar com uma rede de apoio para os estudantes. Além de psicólogos, a presença de orientadores pedagógicos nas escolas é essencial. Esses profissionais podem atuar como intermediários entre a escola, a família, os demais professores e os estudantes, além de coordenar uma rede de proteção que envolva conselhos tutelares, centros de assistência social e equipes de saúde mental.
A escola também precisa estabelecer regras de convivência claras, discutidas e compartilhadas com os estudantes. Além disso, é necessário abordar o tema do uso das redes sociais de forma consciente, promovendo rodas de conversa e orientando pais e alunos sobre os perigos e os cuidados necessários nesse ambiente.
Por fim, é fundamental um trabalho de inteligência policial para combater os grupos de ódio presentes na internet e que podem influenciar ações violentas de jovens que se sentem excluídos na escola e em casa. Para isso, é necessário um maior intercâmbio de informações entre a Polícia Federal e as polícias civis estaduais, visando prevenir ataques futuros e capturar potenciais agressores.
Os gestores públicos também devem dar voz às escolas, pois são elas que vivenciam os problemas que geram a violência. A comunidade escolar pode fornecer informações valiosas e orientações sobre as medidas que devem ser tomadas. Só assim poderemos vencer essa batalha contra a violência nas escolas e garantir um ambiente seguro para os nossos estudantes.