Em seu pronunciamento, Tarcísio expressou sua frustração, incapacidade e impotência diante do caso. Ele admitiu que será necessário aumentar os meios de prevenção de ataques armados nas escolas, apesar das medidas anunciadas anteriormente desde março, quando uma professora foi morta a facadas em outra escola estadual.
O governador ressaltou que a unidade em Sapopemba já contava com ronda escolar e atendimento psicológico, mas o aluno responsável pelo ataque não era identificado como um agressor em potencial pela direção da escola. Tarcísio fez uma reflexão sobre a efetividade das medidas implementadas desde o incidente anterior em março, na considerada Thomazia Montoro, no bairro da Vila Sônia.
No entanto, ele recusou a adoção de medidas de segurança, como o uso de detectores de metal e revistas nos alunos na entrada das escolas, alegando que isso seria indesejável devido ao grande número de unidades escolares no estado de São Paulo e o impacto negativo na rotina dos estudantes.
Uma das medidas anunciadas pelo governador e pelo secretário estadual de Educação, Renato Feder, é a contratação de mais psicólogos para atendimento nas escolas. No momento, existem 550 psicólogos para atender alunos na capital, sendo que cada profissional atende, em média, dez escolas diferentes.
O governador destacou que a unidade de Sapopemba já realizou 15 atendimentos nos últimos meses. Além disso, Tarcísio afirmou que a polícia já evitou com sucesso 175 tentativas de ataques desde março.
As imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o atirador entrou em uma sala de aula lotada e disparou contra os alunos. Houve correria e os estudantes deixaram a sala em meio ao tumulto. A estudante Giovanna Bezerra, de 17 anos, foi atingida na cabeça e veio a óbito.
Duas alunas feridas foram socorridas e levadas para o pronto-socorro do Hospital Sapopemba, sendo que uma delas já recebeu alta. Um terceiro estudante ferido durante a fuga também foi atendido e já foi liberado.
O governador Tarcísio e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, estiveram na escola pouco antes das 10h. Tarcísio lamentou o episódio em uma postagem nas redes sociais.
A Secretaria Estadual da Educação ainda não se manifestou sobre o caso.
Esse incidente em São Paulo se soma a uma série de ataques ocorridos em escolas pelo país nos últimos anos. No dia 10 de outubro, um estudante de 14 anos foi morto e outros três ficaram feridos em um ataque a facadas na Escola Profissional Dom Bosco, em Poços de Caldas, Minas Gerais. O agressor era um ex-aluno que afirmou buscar vingança por ter sofrido bullying na instituição.
Em junho, um ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, resultou na morte de dois alunos adolescentes. O autor do ataque, um ex-aluno de 21 anos, foi encontrado morto na prisão dias depois.
Outros casos que marcaram o país incluem o ataque a uma creche em Blumenau, Santa Catarina, em abril, onde um homem de 25 anos invadiu a escola e matou quatro crianças, além do ataque na escola estadual Thomazia Montoro em São Paulo, em março, onde uma professora foi morta a facadas por um aluno de 13 anos.
Diante desses trágicos incidentes, fica evidente a necessidade urgente de uma revisão nas políticas de prevenção e segurança nas escolas, visando proteger os alunos e promover um ambiente educacional livre de violência.