O Arsenal de Guerra de São Paulo é responsável por receber armamentos de outras unidades militares para manutenção. No entanto, quando a recuperação não é viável economicamente ou as armas não podem mais ser reformadas, elas são inutilizadas e retiradas do patrimônio do Exército. Além disso, essas armas podem ser usadas em instruções de soldados, mas sem efetuar disparos.
As armas furtadas estavam armazenadas em um local lacrado e fechado com cadeado chamado reserva de armamento, pois eram consideradas inservíveis. No entanto, suspeita-se que o lacre e o cadeado tenham sido trocados e que tenha havido sinal de arrombamento da porta.
O desaparecimento das armas foi notado em 10 de outubro, mas acredita-se que tenham sido retiradas a partir de 6 de setembro, data da última conferência. O local foi aberto na véspera para retirada de armas, que foram devolvidas no dia seguinte e o local foi lacrado e fechado com cadeado até a descoberta do crime.
A investigação do Exército está sendo conduzida de forma sigilosa e inclui a análise de imagens de câmeras e croquis do local. A principal linha de investigação aponta para o envolvimento de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, mas também admite a participação de civis. Até o momento, não houve prisões, mas o Exército afirma que elas podem ocorrer a qualquer momento.
As armas furtadas incluem metralhadoras de calibre .50, capazes de derrubar helicópteros e furar blindagens de tanques. Elas atiram até 550 projéteis por minuto e têm alcance de dois quilômetros. Os fuzis recuperados são visados por criminosos para roubos a carro-forte e possuem um carregador com 20 cartuchos.
Os responsáveis pelo crime poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar e serão julgados pela Justiça Militar, incluindo os civis envolvidos. O Comando Militar do Sudeste está revendo todos os processos da organização militar para identificar a falha que permitiu o furto e definir as mudanças necessárias na segurança das armas.
As armas recuperadas, que estavam sendo negociadas com facções criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho, foram essenciais para a segurança pública. A investigação do Exército conta com o apoio dos órgãos de segurança pública, agências e do Ministério Público Militar e da Justiça Militar da União.
O furto das armas do Arsenal de Guerra de Barueri é considerado o maior desde o ocorrido em 2009 em um batalhão do Exército em Caçapava. Naquela ocasião, o batalhão foi atacado por homens armados, que renderam dois soldados e levaram sete fuzis.