Nascida em Meca, em 1991, Heba Abu Nada estudou bioquímica na Universidade Islâmica de Gaza e concluiu um mestrado em nutrição clínica. Em 2017, sua estreia literária foi aclamada ao conquistar o segundo lugar no Prêmio Sharjah de Criatividade Árabe, na categoria romance, com seu livro “Oxygen is Not for the Dead”.
Nos últimos dias, a escritora estava usando sua conta no Twitter para expressar seus sentimentos em relação ao conflito que assolava a Faixa de Gaza desde o dia 7 de outubro. Em uma de suas publicações, ela disse: “A noite da cidade é escura, exceto pelo brilho dos mísseis, silenciosa, exceto pelo som dos bombardeios, assustadora, exceto pela garantia das súplicas…”.
A notícia da morte de Heba Abu Nada causou grande comoção nas redes sociais, com diversas mensagens de pêsames e solidariedade. O cientista político e pesquisador palestino Abdalhadi Alijla lamentou a perda da talentosa escritora, ao afirmar: “Com grande tristeza lamentamos uma das mais talentosas poetisas e romancistas feministas de Gaza, Heba Abu Nada”.
Infelizmente, Heba Abu Nada não é a única artista palestina a ter sua vida interrompida durante os recentes conflitos. Há cerca de quinze dias, o mundo tem acompanhado o aumento da violência na guerra entre Israel e Hamas, que começou com um ataque promovido pelo grupo Hamas contra os israelenses. Desde então, Israel tem realizado ataques aéreos diários a Gaza, estabelecendo um bloqueio total na região e determinando a evacuação da população local.
No dia 13 de outubro, a artista plástica palestina Heba Zagout e seus dois filhos pequenos foram vítimas de um ataque aéreo israelense em Gaza. Heba Zagout, que estudou artes plásticas e se destacou por suas pinturas vibrantes que retratavam a vida em Gaza e Jerusalém, tinha muitos seguidores nas redes sociais.
Outra vítima dos conflitos foi o artista Mohammed Sami, de apenas 23 anos. Ele foi morto ao lado de sua família durante um ataque ao Hospital al-Ahli al-Arabi, onde atuava como voluntário, organizando atividades para ajudar a melhorar o estado psicológico das crianças afetadas pela guerra.
A morte desses artistas palestinos é um triste reflexo da violência e do sofrimento causados por esse conflito que já dura há semanas na região. Suas obras continuarão a ecoar suas vozes e a transmitir suas mensagens de resistência e esperança em meio à adversidade. Que suas memórias sejam preservadas e que o mundo possa encontrar um caminho para a paz nessa região tão conturbada.