Para combater o incêndio, aviões têm despejado água ao longo do dia, enquanto os bombeiros se deslocam para a área afetada usando embarcações. O fogo teve início em uma fazenda privada próxima ao parque no dia 1º de outubro e se espalhou até alcançar o parque no dia 7. Até o momento, estima-se que uma área entre 10 mil e 15 mil hectares já tenha sido atingida pelo incêndio.
Esta não é a primeira vez que o Parque Estadual Encontro das Águas sofre com incêndios. Há três anos, a região do Pantanal foi devastada por um incêndio, que afetou mais de 90% da área total do parque, de acordo com o Instituto Centro de Vida (ICV). Um vídeo divulgado pelo guia de turismo e fotógrafo da vida selvagem Erisvaldo Almeida mostra parte do incêndio na vegetação do parque e uma onça-pintada ofegante, que se abriga embaixo de uma árvore. Além disso, outro morador registrou um jacaré morto com marcas de queimadura.
Segundo Fernando Tortato, coordenador de projetos da ONG Panthera Brasil, o impacto do incêndio atual é mais localizado em comparação ao ocorrido em 2020, que atingiu uma área muito maior. As onças-pintadas, que têm uma grande mobilidade, conseguem escapar do fogo, mas pequenos vertebrados e invertebrados são os mais afetados. Tortato também ressalta que as chuvas recentes têm ajudado a amenizar a situação, mas ainda há a necessidade de mais precipitações para controlar completamente o fogo.
A frequência dos incêndios na região chamou a atenção e preocupa a longo prazo. Para lidar com a situação, quatro equipes de fiscalização do uso do fogo foram enviadas para a região pelo Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) no intuito de verificar se há criminosos na área e multá-los caso necessário. Vinícius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, ressalta a importância de medidas de combate aos incêndios e de responsabilizar os causadores do fogo, considerando os impactos climáticos do El Niño, como altas temperaturas e possibilidade de chuvas escassas neste período do ano.
A situação no Parque Estadual Encontro das Águas ressalta a importância de políticas de prevenção e combate aos incêndios florestais, assim como a necessidade de evitar ações ilegais que podem causar grandes danos ao meio ambiente.