Polícia Federal realiza segunda fase da Operação Déjà Vu, investigando policiais civis do Rio de Janeiro envolvidos no tráfico de drogas.

Nesta sexta-feira (20), a Polícia Federal (PF) deu continuidade à operação Déjà Vu, que investiga a participação criminosa de policiais civis do Rio de Janeiro no tráfico de drogas no estado. Além disso, a operação também apura crimes de peculato e organização criminosa praticados pelos agentes, incluindo um delegado de polícia.

As investigações indicam que os envolvidos traficaram cerca de 280 kg de cocaína de uma quantidade total de 500 kg que havia sido apreendida. Hoje, cerca de 50 policiais federais estão nas ruas para cumprir oito mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Os mandados estão sendo cumpridos em endereços ligados aos criminosos, na capital fluminense e em Araruama, na Região dos Lagos, além da 33ª Delegacia de Polícia Civil, em Realengo, zona oeste do Rio. Durante as buscas na casa de um dos alvos, no bairro de Vargem Grande, foram encontrados R$ 43,1 mil e US$ 5.350 em espécie.

Além dos mandados, a Justiça Federal determinou o afastamento dos policiais dos respectivos cargos, a proibição de se ausentar da circunscrição e o uso de tornozeleira eletrônica. Também foi solicitado o sequestro patrimonial de uma quantia equivalente a R$ 5 milhões de reais.

Vale ressaltar que essa operação é um desdobramento da Operação Turfe, deflagrada pela PF em fevereiro de 2022, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. Na época, os policiais federais monitoravam uma carga de cocaína que seria exportada em um contêiner para o Porto do Rio de Janeiro. Porém, durante a ação controlada, policiais civis interceptaram o caminhão que transportava as drogas e realizaram a prisão do motorista, porém, apresentaram apenas uma parte da carga apreendida.

Após investigações, a PF constatou o envolvimento do delegado titular da unidade, de um outro policial civil e da irmã de um dos policiais. As investigações foram conduzidas pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas da PF (DRE/PF/RJ), em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). A Receita Federal também participou na análise dos dados decorrentes do afastamento do sigilo fiscal dos investigados.

A operação contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) para o cumprimento dos mandados. O nome “Déjà Vu”, que significa “já visto” em francês, foi dado à operação em referência à sensação de já ter vivido uma situação que está acontecendo no presente, evidenciando os casos de corrupção e envolvimento de policiais civis em atividades criminosas no estado do Rio de Janeiro.

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