Segundo o Inmet, essa região está enfrentando temperaturas até 5°C acima da média por mais de cinco dias. Já a MetSul Meteorologia prevê que a região poderá atingir temperaturas de até 46°C entre sexta-feira e o início da próxima semana. Cuiabá, em particular, está registrando as maiores temperaturas, com um recorde histórico de 44,2°C.
Segundo a meteorologista Estael Sias, o calor intenso na região é resultado de uma combinação de fatores sazonais, clima seco e falta de chuvas. A falta de chuvas não foi suficiente para recuperar o solo e evitar uma nova onda de calor. Em setembro, a média das temperaturas em Cuiabá foi 3°C maior do que a média histórica, com um volume de chuvas 30% abaixo do normal.
Há uma enorme massa de ar seco e quente provocando o que os especialistas chamam de “cúpula de calor”. Isso significa que o ar quente está preso e causando ainda mais aquecimento por compressão. Esse ar quente resseca a vegetação e o solo, intensificando ainda mais o calor. A região afetada pela onda de calor poderá registrar temperaturas acima dos 45°C.
Além disso, a massa de ar quente também afetará outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Rondônia, Amazonas e Pará, com temperaturas acima dos 40°C nos próximos dias. A repetição dessas ondas de calor extremo em um curto período de tempo chama atenção para os efeitos da crise climática, que aumentam as chances de eventos climáticos extremos.
Diante desse cenário, as autoridades de saúde recomendam medidas como beber bastante líquido, usar roupas leves, proteger-se com chapéu, óculos de sol e protetor solar, além de evitar esforço físico nas horas mais quentes do dia.
Um estudo recente apontou que a crise climática aumentou em até cem vezes a chance de ocorrer um calor extremo como o registrado no Brasil recentemente. Sem o aquecimento global causado pela ação humana, as temperaturas teriam sido de 1,4°C a até 4,3°C mais baixas durante a onda de calor de agosto e setembro. Esse estudo ressalta a necessidade urgente de combater as mudanças climáticas e reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
Essa nova onda de calor intensa reforça a importância de ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas e buscar soluções sustentáveis para preservar o meio ambiente e garantir a saúde e o bem-estar da população.