Três mulheres, Amélia, Rosimar e Ivânia, têm histórias e vidas completamente diferentes, mas todas compartilham o fato de terem precisado e contado com o Bolsa Família em algum momento de suas trajetórias. Uma dessas mulheres é Amélia Moreira, que foi uma das primeiras crianças beneficiadas pelo programa. Hoje, ela é professora, pesquisadora e está fazendo pós-doutorado em Portugal. Amélia destaca que o benefício possibilitou que sua família tivesse acesso à alimentação e cuidados básicos de saúde, além de garantir sua educação.
Outra beneficiária é Rosimar Alves de Jesus, uma mãe solo que trabalha como camareira de hotel. Ela recebe o Bolsa Família há 20 anos e o programa tem sido fundamental para garantir alimentação para seus sete filhos, principalmente nos momentos mais difíceis. Os mais velhos já concluíram o ensino médio, mas os mais novos ainda dependem do benefício. Rosimar destaca que o auxílio também lhe permitiu adquirir alguns itens domésticos essenciais.
Ivânia Santos, que está desempregada, também teve momentos em que dependeu do Bolsa Família. Ela começou a receber o benefício em 2006 e, após alguns anos sem o auxílio, precisou novamente em decorrência de um câncer de mama. Para ela, o programa serviu como suporte financeiro e também lhe deu a oportunidade de buscar emprego e vender acarajé, mesmo durante o tratamento de sua doença.
Além de ser uma importante ferramenta de combate à pobreza no Brasil, o Bolsa Família também se tornou referência e inspiração internacional. O programa recebeu prêmios como o da Associação Internacional de Seguridade Social em 2013, quando completou 10 anos. Segundo o professor Vicente Faleiros, da Universidade de Brasília, a idealização é que um dia programas de transferência de renda não sejam mais necessários, porém, até que isso seja possível, o Bolsa Família continua sendo fundamental para diminuir a desigualdade social no país.
A partir de condicionalidades como a obrigatoriedade de colocar os filhos na escola e cuidar da vacinação, o programa permite uma ruptura com o ciclo da pobreza e a inserção das crianças na educação. Entretanto, ainda é necessário reconhecer que ele corrige as injustiças, mas não promove de forma plena uma distribuição igualitária da riqueza produzida socialmente.
O Bolsa Família continua sendo um instrumento importante de inclusão social e tem o potencial de abrir caminhos para o desenvolvimento e a garantia de direitos básicos para milhões de brasileiros.