O Saeb é a principal avaliação da educação básica no Brasil e é realizada desde 1990. Por meio dessa avaliação, que abrange provas de português e matemática, é possível calcular o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), responsável por medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino.
O Saeb é aplicado a cada dois anos e neste ano está prevista a participação de mais de 8,4 milhões de alunos do ensino fundamental e médio. No entanto, as redes municipal e estadual de São Paulo, que possuem o maior número de alunos da rede pública do país, ainda não receberam as avaliações. As redes estaduais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul também estão sem as provas.
Em São Paulo, não houve sequer a entrega do material administrativo da avaliação, que é usado para capacitar os aplicadores da prova. A previsão é que o município só consiga começar a aplicar o Saeb após o dia 6 de novembro.
Desde o início da semana, estados e municípios vêm questionando o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável pela avaliação, sobre o cronograma de aplicação, pois não haviam recebido os lotes de provas. A Folha também questionou o órgão na segunda-feira (16), mas o instituto negou qualquer atraso ou perspectiva de prorrogação.
Somente na noite de quinta-feira (19), o presidente do Inep encaminhou um ofício aos municípios informando sobre a extensão do prazo de aplicação em uma semana. No documento, o Inep alega que a mudança foi feita para acomodar a complexidade do processo de aplicação em todo o país e permitir a solução de questões logísticas.
No entanto, a mudança do cronograma tem preocupado os secretários de Educação, pois afeta o calendário programado pelas escolas. Além disso, há receio de que os resultados possam ser prejudicados, uma vez que estudantes de alguns estados terão mais tempo para estudar antes da prova. Isso ocorre porque as redes de ensino da Bahia e Tocantins, por exemplo, já receberam as provas e vão iniciar a aplicação na próxima segunda-feira, seguindo o cronograma original.
O Inep alega que a alteração do prazo de aplicação foi decidida após diálogos com as secretarias de educação, levando em consideração as características de cada local e as demandas logísticas. O órgão nega que houve atraso, ressaltando que apenas repactuou o prazo para atender às diferentes situações encontradas pelos estados.