Além do investigador, outros cinco policiais, sendo um delegado e quatro policiais militares, foram alvos de busca e apreensão. A prisão do policial civil aconteceu em Valente, cidade do sertão da Bahia, e ele foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil em Salvador, onde cumprirá prisão temporária por 30 dias.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos também nas cidades de Conceição do Coité e Santaluz. Vale ressaltar que parte dos policiais já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão durante a primeira fase da Operação Urtiga, deflagrada em junho.
Até o momento, o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública não divulgaram os nomes dos policiais nem deram detalhes sobre a atuação do suposto grupo de extermínio.
A prisão do investigador e a suspeita de envolvimento de outros policiais com atividades criminosas expõem a crise na segurança vivida pelo estado da Bahia. Sob o governo de Jerônimo Rodrigues, do PT, a Bahia tem enfrentado momentos graves de violência, com a intensificação da guerra entre facções, chacinas e aumento da letalidade policial, principalmente nas periferias das cidades, onde a população negra e pobre tem sido as principais vítimas.
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia é o estado com o maior número absoluto de mortes violentas desde 2019. Em 2022, houve uma redução de 5,9% no número de ocorrências, mas mesmo assim o estado registrou 6.659 assassinatos no ano. Além disso, a Bahia foi o estado com mais mortes decorrentes de intervenção policial no ano passado, com 1.464 ocorrências, uma média de 28 casos por semana. Os números de mortes registradas como autos de resistência quadruplicaram desde 2015.
A prisão do investigador e a investigação em andamento são passos importantes para combater a corrupção e abusos dentro das instituições policiais. No entanto, é necessário um esforço conjunto e contínuo para aprimorar a segurança pública e garantir a integridade e os direitos dos cidadãos baianos.