Inicialmente, um total de 480 militares ficaram retidos na unidade por uma semana desde a descoberta do desaparecimento das armas, no último dia 10 de setembro. Eles foram aquartelados em estado de “prontidão”, procedimento acionado quando a tropa precisa ser mobilizada rapidamente para a ação. Nesse caso, o aquartelamento serviria tanto para manter suspeitos no local quanto para agilizar uma eventual operação de busca das armas. No entanto, na última terça-feira, o Exército informou que a situação mudou para o estado de sobreaviso, ou seja, eles permanecem retidos para colaborar na investigação e possíveis ações necessárias.
Durante a entrevista desta quinta-feira, o general mencionou que dezenas de militares, entre novatos e oficiais, receberam formulários de apuração militar e estão sendo investigados por falhas administrativas. Eles têm até 72 horas para apresentarem defesa. Os militares temporários serão expulsos, enquanto os de carreira serão submetidos a conselhos de justificação ou disciplina. Além disso, civis envolvidos também poderão ser julgados pela Justiça Militar por se tratar de um crime dessa competência. O diretor do Arsenal de Guerra, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, será exonerado do cargo.
O general também confirmou que os furtos ocorreram entre os dias 5 e 8 de setembro e que houve troca de lacres e cadeados para esconder o desvio das armas. Questionado sobre possíveis falhas nas câmeras de segurança do quartel, ele afirmou que essas informações fazem parte do inquérito civil militar e são sigilosas. A principal linha de investigação é que as metralhadoras tenham sido furtadas com a participação de militares do Arsenal, porém nenhuma hipótese está descartada, de acordo com o Comando Militar Sudeste.
Todos os processos da organização militar serão revisados e os responsáveis pela fiscalização e controle do armamento poderão ser responsabilizados nas esferas administrativa e disciplinar. As oito armas apreendidas foram encontradas no bairro da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio de Janeiro, pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil. Dentre as armas apreendidas estão quatro metralhadoras .50 e quatro de calibre 7.62.