O governador ressaltou aos jornalistas, durante a visita, a importância do comprometimento político por parte do governo federal. Ele destacou que é necessário garantir o direito básico dos cidadãos do Amazonas através da pavimentação da BR-319. A seca severa nos rios do estado tem causado problemas de navegação e isolamento de populações, tornando a construção da rodovia uma solução viável para enfrentar esse cenário.
O governo Lula incluiu estudos para a pavimentação da BR-319 no Novo PAC, porém, a medida enfrenta divergências internas entre os ministros. Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, é contrária à obra, enquanto Renan Filho, Ministro dos Transportes, é favorável.
A pavimentação da BR-319 é uma obra que se arrasta há décadas e enfrenta resistência dos ambientalistas. O principal receio é que ela possa contribuir para a grilagem de terras públicas, o aumento do desmatamento ilegal e a exploração criminosa de madeira. Documentos do processo de licenciamento ambiental em curso no Ibama confirmam essas preocupações.
No entanto, os defensores da pavimentação argumentam que ela é fundamental para a redução do isolamento dos moradores dos estados do Amazonas e Rondônia. A pressão pela pavimentação ganhou força durante a visita de Alckmin à região no início do mês, quando foi anunciada a criação de um grupo de trabalho para analisar o empreendimento.
Além da pavimentação da BR-319, a reunião no Palácio do Planalto tratou das medidas do governo para combater a crise no estado do Amazonas. Alckmin anunciou um total de R$ 647 milhões em verbas, destinadas desde a dragagem dos rios Solimões e Madeira (com R$ 138 milhões) até a antecipação de R$ 100 milhões em emendas parlamentares.
Em julho de 2022, foi emitida uma licença prévia para a pavimentação do trecho do meio da BR-319, entre os quilômetros 250 e 655,7. No entanto, o Observatório BR-319, formado por organizações da sociedade civil, pesquisadores e associações indígenas, se posicionou contrário à concessão da licença prévia, alegando que o processo não seguiu etapas essenciais, como consultar as populações indígenas e ribeirinhas impactadas pela obra.