Três principais agentes são apontados como causadores desta crise hídrica: o El Niño, as altas temperaturas do Atlântico Norte e o aquecimento global causado pelas emissões de gases de efeito estufa. O El Niño é um fenômeno natural caracterizado pelo aquecimento acima da média nas águas do Pacífico na região da linha do Equador, que afeta todo o mundo, alterando os ventos e a distribuição de chuvas e calor. No Brasil, ele causa aumento da precipitação no Sul e seca na região Norte.
Além disso, a degradação da Amazônia também afeta a geração de umidade na floresta, pois a cobertura florestal é responsável por metade das chuvas que ocorrem na região pelo processo de evapotranspiração das árvores. Com a diminuição da cobertura florestal e a piora na saúde da mata, consequência do desmatamento e da degradação florestal, ocorre uma diminuição das chuvas.
A seca extrema atual no Amazonas está relacionada ao El Niño e ao aquecimento global, que aumentam a temperatura do Pacífico e intensificam o fenômeno climático. Segundo Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e membro do IPCC, as mudanças climáticas também estão impactando a seca da região.
Em novembro e dezembro, começa a estação chuvosa no Norte, mas análises do Cemaden indicam que a crise pode se intensificar nos próximos meses, quando o El Niño atingirá sua intensidade máxima. A previsão é de precipitações abaixo da média na maior parte do Brasil no último trimestre de 2023, especialmente no Norte e no Nordeste.
Diante deste cenário, é importante ressaltar a necessidade de ações para combater as mudanças climáticas e preservar a Amazônia, visando evitar o agravamento da seca e suas consequências para a região e para o país como um todo. O futuro da Amazônia é de um aumento significativo da temperatura e uma redução significativa da precipitação, o que terá um impacto socioeconômico enorme para o Brasil. Portanto, é fundamental trabalhar para frear a crise climática e investir em tecnologias que possam contribuir para a preservação do meio ambiente.