A ideia principal é utilizar a analogia de uma boia de onda para prever o comportamento das ondas e, assim, evitar que os contêineres caiam. O conceito é relativamente simples: considerar o navio como uma boia, subindo e descendo junto com as ondas. Dessa forma, é possível obter informações sobre o movimento presente e futuro das ondas.
No entanto, apesar da simplicidade teórica, existem desafios práticos para implementar essa abordagem. Atualmente, os pesquisadores estão testando o método em modelos de navios parados, com resultados promissores. No entanto, a aplicação a navios em movimento é mais complexa, uma vez que a analogia com boias é menos óbvia.
Outra questão enfrentada pela equipe de pesquisa é que os navios têm uma geometria específica, que precisa ser considerada nos cálculos. A analogia onda-boia já era conhecida desde os anos 1980, mas a equipe norueguesa descobriu que, por si só, não produz resultados precisos o suficiente. Para contornar esse problema, eles implementaram uma técnica chamada de curva de Bézier, que permite suavizar os dados e obter resultados mais precisos.
Curiosamente, a técnica da curva de Bézier foi desenvolvida pelo engenheiro francês Pierre Bézier, que estava trabalhando para a Renault na época. Seu objetivo era utilizar computadores para projetar carrocerias bonitas e funcionais para os automóveis produzidos pela montadora. Agora, essa mesma técnica está sendo utilizada na navegação, mostrando a universalidade da matemática como uma ferramenta poderosa para entender e transformar o mundo.
As perdas de contêineres representam um problema significativo para o comércio mundial. Além do prejuízo financeiro, há também preocupações ambientais, uma vez que esses contêineres muitas vezes contêm produtos perigosos e podem poluir os oceanos. Portanto, investir em tecnologias como essa proposta pelos pesquisadores noruegueses pode ajudar a prevenir futuros acidentes e melhorar a segurança do transporte marítimo global.