A resolução do PT desagradou a Embaixada de Israel, que respondeu afirmando que qualquer pessoa que considere o assassinato, a violação e a decapitação de pessoas como posicionamento político ou luta política legítima demonstra uma extrema falta de compreensão da atual situação. A embaixada ressaltou a necessidade de separar claramente o Hamas dos palestinos e destacou que o grupo terrorista é responsável por crimes de guerra.
Vale ressaltar que o governo brasileiro e o PT têm resistido em classificar o Hamas como grupo terrorista. A justificativa é que o Brasil segue o que é determinado pela ONU, que não considera o Hamas como grupo terrorista. No entanto, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já chamou os ataques na Faixa de Gaza de terroristas, embora evite citar o Hamas nominalmente.
Além disso, o conflito em Israel tem se transformado em uma disputa política no Brasil, acirrando a polarização entre direita e esquerda. Opositores do governo acusam a gestão petista de ser leniente com o Hamas e os ataques em Gaza, enquanto os governistas não têm um consenso sobre como lidar com a situação.
Na Esplanada dos Ministérios, apenas o ministro do Esporte, André Fufuca, chamou publicamente o Hamas de terrorista. Outros ministros próximos do presidente, como Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria Especial da Comunicação), já assinaram um documento contrário à essa classificação. Ademais, um grupo de deputados apresentou um indicativo na Câmara para sugerir ao Ministério das Relações Exteriores que passe a considerar o Hamas como terrorista, o que aumenta o desgaste do governo em relação ao assunto.
O conflito em Israel expõe a falta de consenso no governo brasileiro e a dificuldade em lidar com uma questão complexa e sensível, que envolve tanto interesses políticos quanto questões humanitárias. A disputa política em torno do tema apenas acirra as tensões e dificulta uma posição oficial e unificada do país.