Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), o aumento do preço do minério de ferro foi impulsionado pela política de apoio econômico adotada pela China, que é o maior consumidor global desse produto. A China tem implementado medidas para impulsionar sua economia após os impactos causados pela pandemia de Covid-19, o que tem elevado a demanda por minério de ferro.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), que compõe o IGP-10, registrou um aumento de 0,61% em outubro, comparado a uma alta de 0,23% em setembro. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais tiveram uma queda de 0,04% em outubro, após um recuo de 0,14% no mês anterior, sendo o subgrupo de alimentos processados o principal responsável por essa variação.
O grupo Bens Intermediários teve um aumento de 0,99% em outubro, em comparação a uma alta de 1,14% em setembro, impulsionado pelo subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção. Já o grupo de Matérias-Primas Brutas teve um avanço de 0,84% em outubro, após uma queda de 0,44% em setembro, influenciado pelos movimentos do minério de ferro, bovinos e cana-de-açúcar.
Além disso, o preço da soja em grão teve uma redução significativa, passando de uma alta de 3,16% em setembro para uma queda de 1,20% em outubro. A mandioca/aipim e o leite in natura também tiveram quedas em seus preços.
O aumento do preço do minério de ferro, impulsionado pela demanda da China, tem sido um dos principais fatores que contribuem para a pressão inflacionária no país. Os dados do IGP-10 refletem a realidade do mercado brasileiro e indicam a necessidade de monitoramento e análise dos principais produtos e suas oscilações de preços.